Carlos Nougué
... com as séries já iniciadas (“Beethoven ainda”, “Liberalismo e comunismo – rebentos da mesma raiz” e “O latim ainda”), vejo-me obrigado a esclarecer várias coisas não só a meu respeito, mas a respeito deste mesmo blog e do que somos Sidney Silveira e eu. E vejo-me obrigado a fazê-lo porque as críticas que nos foram dirigidas publicamente o foram de maneira velada, ou insinuadora, ou mais propriamente velada e insinuadora ao mesmo tempo. Pois bem, seguindo embora, como já estabelecido, sem citar nomes de pessoas vivas senão para elogiar, falarei porém abertamente de mim e de nós mesmos, ao que parece com todo o direito...
• Antes de tudo, sou um mero católico, só muito tardiamente reconvertido, que porém já abjurou publicamente, por diversos meios, de todos os erros cometidos e cridos no passado — no terreno das idéias e da ação prática delas decorrente. E ser um mero católico quer dizer algumas coisas, como: a) não sou membro de nenhum grupo, embora tenha as minhas claras simpatias dentro do inegável caleidoscópio de correntes católicas atuais; b) o “grupo” que Sidney e eu constituímos para fazer este blog só foi constituído porque temos os dois, além de profunda amizade, visões muito próximas (quando não coincidentes) de quase tudo o que importa, incluídos naturalmente o tomismo e o liberalismo, justamente as causas mais próximas de fazermos o “Contra Impugnantes”; c) como leigo, não devo exercer o papel público de crítico e juiz da hierarquia da Igreja, mas tenho, sim, o dever de estado de criticar e julgar publicamente o liberalismo, o comunismo, o nazismo, o fascismo, o maurrasianismo (oh!), o escotismo, o cartesianismo, o kantismo, o maritainismo, o modernismo, o relativismo (e especialmente o relativismo no campo da religião), os ataques à Fé, ao Magistério bimilenar da Igreja e à Cristandade e suas instituições; etc.
• Entrando mais no campo do propriamente político (e como se poderá ver, claramente, ao longo da série “Liberalismo e comunismo – rebentos da mesma raiz”), não fazemos parte Sidney e eu de nenhum movimento monarquista, nem queremos criar um; e nem sequer digo que a monarquia seja o melhor dos regimes, mas digo, sim, com Santo Tomás, que o melhor dos regimes é o que ele mesmo chamava de “misto”. Tampouco, porém, propugnamos aqui a constituição de um partido pelo regime misto, nem, muito menos, a tentativa de sua real implantação – até pelo simples fato de que, obviamente, não teríamos força para isto, nem nós nem ninguém. Não obstante, como se verá detidamente na referida série, digo com todas as letras: Santo Tomás de Aquino rejeitaria a democracia moderna, que, se moderna é, já não se enquadra sequer no que o Santo chamava de democracia, ou seja, a degeneração do que ele chamava de politia (termo que, na falta de nome melhor, muitos traduzem por “república”). Mas também com todas as letras ecôo, aqui, especialmente a Chesterton: a democracia moderna é uma partidocracia a serviço de uma plutocracia (ou governo dos ricos em benefício próprio); para confirmá-lo, basta observar atentamente as nossas próximas eleições municipais e seus horários televisivos. E o que proponho para substituí-la? NADA, até porque antes de tudo sei o que é uma correlação de forças... Quanto à justeza de atuar ou não no interior da democracia moderna, ou quanto a votar neste ou naquele partido ou candidato, isso já entra no campo da prudência ou frónesis, e não se encontrará aqui nenhuma resposta a esse respeito: tampouco nos arvoramos em líderes, de nenhuma espécie. Mas podemos, sim, dar exemplos históricos de prudência política, como o de São Pio X, que, apesar de saber precisamente o que era a Action Française de Charles Maurras (como já disse, veremos aqui, criticamente, o seu caráter preciso, aparentado, por certo ângulo, ao do fascismo), sabia também que tê-la como aliada temporal da Igreja poderia evitar o êxito imediato de seus inimigos mais virulentos. Aliás, que isto sirva para os católicos que, infelizmente, costumam tachar de “integristas” os adversários “internos” (assim como o mundo nos tacha a todos de “fascistas”): antes de fazê-lo, vejam bem se não estão tachando, por tabela, também um Papa santo como Pio X... Além disso, por que esse amor a certos rótulos, tão em voga desde que a revolução liberal francesa os colou numa multidão de cabeças guilhotinadas?
• Fomos acusados, igualmente, de não citar o Magistério atual da Igreja, apenas o antigo. Que nos responda quem nos acusou: há dois Magistérios na Igreja?
• Finalmente: se Deus quiser, em breve oferecerei uma espécie de “trivium”, com cursos de Lógica, Latim e Português. Logo darei mais detalhes.
(Agora, voltemos, nos próximos posts, àquilo a que desde o início nos propusemos.)
... com as séries já iniciadas (“Beethoven ainda”, “Liberalismo e comunismo – rebentos da mesma raiz” e “O latim ainda”), vejo-me obrigado a esclarecer várias coisas não só a meu respeito, mas a respeito deste mesmo blog e do que somos Sidney Silveira e eu. E vejo-me obrigado a fazê-lo porque as críticas que nos foram dirigidas publicamente o foram de maneira velada, ou insinuadora, ou mais propriamente velada e insinuadora ao mesmo tempo. Pois bem, seguindo embora, como já estabelecido, sem citar nomes de pessoas vivas senão para elogiar, falarei porém abertamente de mim e de nós mesmos, ao que parece com todo o direito...
• Antes de tudo, sou um mero católico, só muito tardiamente reconvertido, que porém já abjurou publicamente, por diversos meios, de todos os erros cometidos e cridos no passado — no terreno das idéias e da ação prática delas decorrente. E ser um mero católico quer dizer algumas coisas, como: a) não sou membro de nenhum grupo, embora tenha as minhas claras simpatias dentro do inegável caleidoscópio de correntes católicas atuais; b) o “grupo” que Sidney e eu constituímos para fazer este blog só foi constituído porque temos os dois, além de profunda amizade, visões muito próximas (quando não coincidentes) de quase tudo o que importa, incluídos naturalmente o tomismo e o liberalismo, justamente as causas mais próximas de fazermos o “Contra Impugnantes”; c) como leigo, não devo exercer o papel público de crítico e juiz da hierarquia da Igreja, mas tenho, sim, o dever de estado de criticar e julgar publicamente o liberalismo, o comunismo, o nazismo, o fascismo, o maurrasianismo (oh!), o escotismo, o cartesianismo, o kantismo, o maritainismo, o modernismo, o relativismo (e especialmente o relativismo no campo da religião), os ataques à Fé, ao Magistério bimilenar da Igreja e à Cristandade e suas instituições; etc.
• Entrando mais no campo do propriamente político (e como se poderá ver, claramente, ao longo da série “Liberalismo e comunismo – rebentos da mesma raiz”), não fazemos parte Sidney e eu de nenhum movimento monarquista, nem queremos criar um; e nem sequer digo que a monarquia seja o melhor dos regimes, mas digo, sim, com Santo Tomás, que o melhor dos regimes é o que ele mesmo chamava de “misto”. Tampouco, porém, propugnamos aqui a constituição de um partido pelo regime misto, nem, muito menos, a tentativa de sua real implantação – até pelo simples fato de que, obviamente, não teríamos força para isto, nem nós nem ninguém. Não obstante, como se verá detidamente na referida série, digo com todas as letras: Santo Tomás de Aquino rejeitaria a democracia moderna, que, se moderna é, já não se enquadra sequer no que o Santo chamava de democracia, ou seja, a degeneração do que ele chamava de politia (termo que, na falta de nome melhor, muitos traduzem por “república”). Mas também com todas as letras ecôo, aqui, especialmente a Chesterton: a democracia moderna é uma partidocracia a serviço de uma plutocracia (ou governo dos ricos em benefício próprio); para confirmá-lo, basta observar atentamente as nossas próximas eleições municipais e seus horários televisivos. E o que proponho para substituí-la? NADA, até porque antes de tudo sei o que é uma correlação de forças... Quanto à justeza de atuar ou não no interior da democracia moderna, ou quanto a votar neste ou naquele partido ou candidato, isso já entra no campo da prudência ou frónesis, e não se encontrará aqui nenhuma resposta a esse respeito: tampouco nos arvoramos em líderes, de nenhuma espécie. Mas podemos, sim, dar exemplos históricos de prudência política, como o de São Pio X, que, apesar de saber precisamente o que era a Action Française de Charles Maurras (como já disse, veremos aqui, criticamente, o seu caráter preciso, aparentado, por certo ângulo, ao do fascismo), sabia também que tê-la como aliada temporal da Igreja poderia evitar o êxito imediato de seus inimigos mais virulentos. Aliás, que isto sirva para os católicos que, infelizmente, costumam tachar de “integristas” os adversários “internos” (assim como o mundo nos tacha a todos de “fascistas”): antes de fazê-lo, vejam bem se não estão tachando, por tabela, também um Papa santo como Pio X... Além disso, por que esse amor a certos rótulos, tão em voga desde que a revolução liberal francesa os colou numa multidão de cabeças guilhotinadas?
• Fomos acusados, igualmente, de não citar o Magistério atual da Igreja, apenas o antigo. Que nos responda quem nos acusou: há dois Magistérios na Igreja?
• Finalmente: se Deus quiser, em breve oferecerei uma espécie de “trivium”, com cursos de Lógica, Latim e Português. Logo darei mais detalhes.
(Agora, voltemos, nos próximos posts, àquilo a que desde o início nos propusemos.)