domingo, 29 de novembro de 2015

Temperança, fonte de apaziguamento das emoções



Sidney Silveira

PARTES INTEGRAIS, PARTES SUBJETIVAS E PARTES POTENCIAIS DA VIRTUDE CARDEAL DA TEMPERANÇA

Costumo definir "personalidade bem formada" como arquitetura de virtudes ligadas entre si por vínculos imateriais.

Isto deduzi da psicologia de Santo Tomás de Aquino, após leitura meditada ao longo de muitos anos.

Pois bem: que alegria tive agora ao rever uma das aulas ministradas no curso "Psicología de la Templanza" pelo Prof. Martín Echavarría! Trata-se de um filósofo e psicólogo que honra o nome de "tomista".

Distinções precisas, clareza expositiva, profundidade conceptual, entre outras qualidades, fazem desta iniciativa pedagógica levada a cabo no site C.I. algo não apenas voltado a psicólogos — mas a qualquer um que queira entender "o que é" o homem.

A propósito, a sintética crítica que o Dr. Martín F. Echavarría faz nesta aula (exibida aqui em breves trechos) à concepção "atomística" e anárquica da sexualidade em Freud é demolidora.

AS INSCRIÇÕES PARA O CURSO CONTINUAM EM:


P.S. Tenho tido retorno excepcional de alguns psicólogos que estão fazendo o curso. A eles, sobretudo, vai o recado: não deixem de divulgá-lo a colegas e também nas universidades de Psicologia!
P.S.2. Faço o papel do chato para ressaltar o seguinte: numa situação social péssima, ter contato com um bem ótimo e não partilhá-lo constitui falha moral grave, como também é sintoma de que ou a covardia ou a vaidade podem ter ultrapassado o umbral da cura psíquica (salvam-se aqui os ignorantes invencíveis, é claro, pois não estão em condições de aquilatar com mínimo senso de proporções a ordem de bens existentes na realidade).

Ora, se "corruptio optimi pessima", a restauração do que se degradou só pode ser feita a partir do que é excelente. E as coisas mais excelentes, por sua própria natureza, estão para além de patotas e de associações episódicas pautadas nos interesses políticos do momento.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Duns Scot: "Tratado do Primeiro Princípio"


Sidney Silveira

DUNS SCOT (PRÉ-VENDA)

COM IMENSA ALEGRIA, em primeira mão anuncio aos amigos o terceiro livro da Coleção Medievalia: o "Tractatus de Primo Principio", de Duns Scot.

O link de pré-venda da editora É Realizações — ao preço de apenas R$ 39,90! — é o seguinte:

http://erealizacoes.com.br/produto/tratado-do-primeiro-principio

As outras duas obras da referida Coleção, que tenho a honra de coordenar, foram: "Questões Disputadas Sobre a Alma", de Santo Tomás de Aquino (em tradução do latim feita pelo Prof. Luiz Astorga), e "Exortação aos Gregos", de Clemente de Alexandria (em tradução do grego da lavra da Profª. Rita Codá). 

Tanto estes dois livros como o de Duns Scot, que agora vem à luz, estão apresentados em edições bilíngües.

Depois do Doutor Sutil, a próxima publicação da Medievalia será uma pequena obra-prima de Santo Tomás: "Sobre a Profecia" (em outra tradução do Prof. Luiz Astorga); trata-se de um trecho do monumental "De Veritate".

Esta edição do "Tratado do Primeiro Princípio" tem tradução do amigo Carlos Nougué e apresentação minha.

Mais à frente, farei um vídeo a respeito desta importante obra metafísica.

P.S. Agradeço à editora É, em particular ao William Campos da Cruz, pelo profissionalismo e também pelo cuidado com relação a detalhes desta edição.
P.S.2. Vamos lá, pessoal! Não é a todo momento que uma obra importante da história da filosofia é vendida a R$ 39,90.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Curso "O Problema de Deus"


Sidney Silveira

Após subir a primeira aula no site C.I., a qual apresento aqui em breves trechos, preparo-me para gravar o segundo vídeo deste minicurso cujas INSCRIÇÕES CONTINUAM ABERTAS em:


P.S. Este é um problema que, dado o seu elevado grau de abstração, não é tão atraente quanto a análise da política brasileira, eu sei. Não é tão atraente quanto esparzir teorias sofisticadas sobre os destinos deste mundo sem bússola espiritual, como vejo fazerem alguns jovens destemidos. Não é tão atraente quanto falar do Foro de S. Paulo e das travessuras diabólicas de D. Dilmoca I e de sua facção. Por isso, a minha gratidão a quem compartilhar a informação é imensurável...

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Liberalismo capenga...

Sidney Silveira

QUANDO TODAS AS OPINIÕES têm iguais direitos políticos, cedo ou tarde prevalece a mais violenta.

Liberticídio liberal (trechos de aula)



Sidney Silveira

O curso "O Papa do fim do mundo? — Francisco e os sinais dos tempos" continua com INSCRIÇÕES ABERTAS em:

http://contraimpugnantes.com/cimoodle/course/index.php?#4

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Afã cientificista da modernidade

Sidney Silveira
(Resposta a um jovem amigo)

Físicos contemporâneos discutem, e alguns discrepam, acerca da presumível indeterminabilidade "em si" do bóson de Higgs, cuja trajetória não consegue ser visualizada com precisão por nenhum instrumento detector durante o percurso em que a partícula vai de um ponto a outro do (já famoso) experimento.

Recentemente, parece que o acelerador de partículas "viu" o bóson em ação, digamos assim. Até agora, mistério... E muita, muita matemática!

Bem, o que está por trás disso tudo não é novidade. Já em meados do século XX, discutia-se se a impossibilidade de determinar o lugar do elétron era acidental, ou seja, se se devia ao desconhecimento humano acerca de variáveis ocultas, ou se era essencial, quer dizer, algo inerente à natureza das coisas nesta escala infinitesimal da matéria.

O filósofo espanhol Xavier Zubiri, que chegou a ter aulas com Einstein e manteve contato estreito com Schrödinger (a ponto de traduzir para o castelhano algumas de suas conferências, incentivado pelo próprio Schrödinger), propugnava, contra Planck, a indeterminabilidade absoluta da posição do elétron, o que, segundo ele, abalaria não apenas a idéia de natureza, mas TODO o edifício da ciência ocidental até então erigido, e nesta verdadeira implosão seria derribada também a metafísica clássica, embora alguns teimem, ainda hoje, em não ver oposição entre uma coisa e outra.

Seu problemático (e a meu ver pretensioso) livro "Historia, Naturaleza, Dios" é, entre outros aspectos, uma tentativa malograda de provar a tese da nova física como aquilo que põe "en vibración el cuerpo entero de la filosofía", em suas pomposas palavras.

Perceberam? A nova física, a saber, a quântica, balançava os alicerces de toda a história da filosofia, segundo Zubiri! Como não ver nisto confrontação direta com a metafísica de Aristóteles e, sobretudo, com a de Santo Tomás? Bem, somente se dermos crédito às matizações teoréticas do próprio Zubiri...

A propósito, dizia kantianamente o pensador basco que era necessário "liberar a la ciencia de prejuicios metafísicos", sem imaginar que, no ato desta tentativa, fazia ele má metafísica. Malíssima!

Este é, em síntese, o devaneio recorrente nos últimos duzentos anos: tornar a ciência mais "fiel" aos resultados dos experimentos, mas isto como se fosse possível dar autonomia epistêmica às ciências experimentais jogando por terra os pressupostos metafísicos universalíssimos que conformam qualquer ciência da natureza, como também as matemáticas.

Ora, como o elétron tem propriedades de partícula e de onda, a sua determinabilidade pela ciência é problematicíssima, sem dúvida, mas daí a concluir-se que tal indeterminabilidade implica haver uma região do ser, próxima da matéria comum, que seja indeterminável "em si", vai um salto imenso. Um salto que extrapola largamente o escopo da ciência física, a qual não dá, nem poderia dar, sequer uma definição precisa de "ser", pois o sujeito da física, de qualquer física, é o ente na perspectiva do movimento — e, cada vez mais, infelizmente, apenas na do movimento local.

Pergunte-se a um físico contemporâneo o que propriamente será demonstrado, se porventura a indeterminabilidade absoluta da matéria nesta escala subatômica for provada, e ele ou não saberá responder com clareza, ou então responderá invadindo o terreno da metafísica, ciência à qual cabe responder "o que é" ser, qual o estatuto ontológico da matéria, que tipo de ente participa do ser sem ter composição de matéria em sua forma, etc.

Esta luta de conceitos promete ainda muito pugilato intelectual entre os filósofos, e também destes com físicos e matemáticos das mais diferentes correntes. Seja como for, não custa lembrar que a tese da indeterminabilidade da "materia prima" é milenar, mas nenhum dos seus mais importantes propugnadores jamais pensou em ver nisto uma contradição com relação ao caráter teleológico da natureza, entre outras de suas notas distintivas. O próprio Aristóteles, ao dizer que a matéria, em si mesma considerada, não era substância nem quantidade, nem nenhuma coisa determinada ("Met.", VI, 3, 1029a), nem por isso deixava de ter consciência de que a "materia prima" é o primeiro sujeito de todo ente corpóreo, e de que a ordem do ser não se restringe aos compostos de matéria e forma.

Demos agora um passo além para dizer o seguinte: ainda que os quânticos venham a demonstrar a indeterminabilidade ôntica do bóson de Higgs, isto não derrui em nada a metafísica tomista, que vislumbra horizontes muito mais ricos no universo da potência. Diz Tomás: "A 'materia prima' não tem propriamente nenhuma essência, senão que a própria potência é a sua essência" (...ipsa potentia est ipsa essentia eius).

A propósito, em breve eu e o físico Raphael De Paola, Prof. da PUC-RJ e amigo querido, devemos fazer um "hangout" sobre as interseções — e também as antinomias — entre a física quântica e a metafísica tomista.

Aguardem.

Camões cristão: "Pois só por teu serviço navegamos"


Sidney Silveira 
NO AR, MAIS UMA AULA do curso "'Os Lusíadas' de Luís de Camões: Catedral em Língua Portuguesa", comigo e com o mestre Sergio Pachá.

O que era para ser uma síntese está transformando-se num comentário a cada estância d'Os Lusíadas'.

Você está esperando o que para inscrever-se?

EIS O LINK: