Sidney Silveira
O mundo sem regras (ou com algumas poucas, toleráveis) do quimérico, irresponsável e demolidor ultraliberalismo está em ruínas. Agora foi a vez de Alan Greespan — no mais eloqüente depoimento jamais feito sobre os erros desse liberalismo que propugna um mercado absolutamente livre. Eloqüente porque insuspeito.
Ex-presidente do Federal Reserve por quase duas décadas, o liberal Greespan — o todo-poderoso guardião do mercado sem amarras — fez um espetacular mea culpa ontem, perante uma estupefata assistência da Câmara dos Representantes dos EUA. Ele disse que errou ao se opor a uma maior regulamentação para os chamados "derivativos" e também a uma regulação mais firme para os bancos, enquanto esteve à frente do Fed. E mais: “Estou chocado. Acompanhei por mais de 40 anos evidências significativas de que o modelo baseado nessa ideologia [qual seja: a do livre mercado] estava funcionando excepcionalmente bem. Hoje vejo que as empresas deveriam ter sido mais reguladas [pela autoridade] para impedir o tsunami do crédito. (...) Estamos todos em estado de perplexidade e descrentes na idéia de que os agentes tenham capacidade de se autoregular e exercer a necessária vigilância uns sobre os outros. O MANTRA ERA O DE QUE A REGULAÇÃO DO GOVERNO ERA UM ERRO, E DE QUE O MERCADO ERA INFALÍVEL”.
Agora vem mais, e no sentido do que temos afirmado aqui ainda nesta mesma semana. Frisou o liberal Greespan:
“Os investidores [os quais, no vocabulário menos tecnocrático do blog, recebem o nome de especuladores] que compraram títulos lastreados por hipotecas é que não avaliaram bem os riscos do mercado imobiliário, e A CULPA, NESTE CASO, É DELES, e não do governo".
E mais, ainda na opinião do ex-presidente do Fed (que durante anos se opôs, com todos os argumentos do "arsenal" liberal, a uma maior supervisão dos agentes econômicos):
“O pacote de socorro de US$ 700 bilhões é ADEQUADO”.
As palavras de Greespan impressionam, por serem um extraordinário depoimento de um liberal teórico e prático. Amigos, o REI ESTÁ NU!
O mundo sem regras (ou com algumas poucas, toleráveis) do quimérico, irresponsável e demolidor ultraliberalismo está em ruínas. Agora foi a vez de Alan Greespan — no mais eloqüente depoimento jamais feito sobre os erros desse liberalismo que propugna um mercado absolutamente livre. Eloqüente porque insuspeito.
Ex-presidente do Federal Reserve por quase duas décadas, o liberal Greespan — o todo-poderoso guardião do mercado sem amarras — fez um espetacular mea culpa ontem, perante uma estupefata assistência da Câmara dos Representantes dos EUA. Ele disse que errou ao se opor a uma maior regulamentação para os chamados "derivativos" e também a uma regulação mais firme para os bancos, enquanto esteve à frente do Fed. E mais: “Estou chocado. Acompanhei por mais de 40 anos evidências significativas de que o modelo baseado nessa ideologia [qual seja: a do livre mercado] estava funcionando excepcionalmente bem. Hoje vejo que as empresas deveriam ter sido mais reguladas [pela autoridade] para impedir o tsunami do crédito. (...) Estamos todos em estado de perplexidade e descrentes na idéia de que os agentes tenham capacidade de se autoregular e exercer a necessária vigilância uns sobre os outros. O MANTRA ERA O DE QUE A REGULAÇÃO DO GOVERNO ERA UM ERRO, E DE QUE O MERCADO ERA INFALÍVEL”.
Agora vem mais, e no sentido do que temos afirmado aqui ainda nesta mesma semana. Frisou o liberal Greespan:
“Os investidores [os quais, no vocabulário menos tecnocrático do blog, recebem o nome de especuladores] que compraram títulos lastreados por hipotecas é que não avaliaram bem os riscos do mercado imobiliário, e A CULPA, NESTE CASO, É DELES, e não do governo".
E mais, ainda na opinião do ex-presidente do Fed (que durante anos se opôs, com todos os argumentos do "arsenal" liberal, a uma maior supervisão dos agentes econômicos):
“O pacote de socorro de US$ 700 bilhões é ADEQUADO”.
As palavras de Greespan impressionam, por serem um extraordinário depoimento de um liberal teórico e prático. Amigos, o REI ESTÁ NU!
P.S. Mudando de assunto: começo a ficar desconfiado de que, entre os ultraliberais que hoje fazem campanha sistemática contra o Obama (e não me refiro aqui aos liberais econômicos, os quais são apenas bois-de-piranha), há quem tenha o firme interesse de elegê-lo — por infernais razões que me escapam, pelo menos em seu conjunto. Um angélico passarinho me contou, e, depois de passar por dramas verdadeiramente providenciais em minha vida, aprendi a dar crédito a esse passarinho. A vitória do democrata talvez seja verdadeiramente trágica para o mundo, mas não no sentido simplesmente material que querem fazer-nos crer. O buraco é mais embaixo.