sábado, 28 de junho de 2008

Tomás Luis de Victoria

Sidney Silveira
Como exemplo dessa arte superior quanto ao gênero, de que já falamos anteriormente, postamos a seguir o trecho de uma composição de Tomás Luis de Victoria, gênio da música polifônica, contemporâneo de Santa Teresa de Ávila e de São João da Cruz. Ouçam e se deleitem: é música espiritual das mais elevadas já compostas.

Seja num Officium Defunctorum ou numa Ave Maria, em Victoria há sempre esse movimento ascencional da alma a Deus, contemplativo, piedoso, reverente, de uma lhaneza de que só a fé é capaz. Sugiro que experimentem esse verdadeiro enlevo, e, pouco depois, ouçam algo de Wagner, por exemplo. Observarão, de imediato, as diferentes reações físicas (e psíquicas) que afloram num e noutro caso.

Ocorreu-me agora uma bela frase de Plotino, em uma de suas Enéadas: “A música é persuasão sem conceitos”. Tal idéia sintetiza um bocado do que temos falado aqui: diga-me o que ouves e te direi se procuras a paz de espírito.