terça-feira, 1 de abril de 2014

Professor da USP é calado por militantes após criticar comunismo



Sidney Silveira

Supor que uma opinião é imutável significa transformá-la em DeusA coisa é simples: na perspectiva psicológica, opinião é justamente o estado intermédio entre a dúvida e a certeza, daí dizer Tomás de Aquino que "opinião indica o ato do intelecto que dá assentimento a uma proposição com temor de que a sua contraditória seja a verdadeira".

Ocorre que há um tipo de opinião despótica: é aquela que, nas sábias palavras do Prof. Carlos Nougué, se quer verdade sem deixar de ser opinião. Trata-se duma espécie de auto-flagelo com que alguém destrói a própria alma e costuma, por extensão, tentar destruir a de todos os que não compartilham de sua opinião. 

Meu conselho a quem mantém uma opinião durante muito tempo é básico, cristalino: mude de opinião, meu filho! Mas não a mude para colocar outra no lugar, pois isto seria estultícia. Eleve-a ao patamar de ciência — que é hábito mental da verdade e tem como efeito conseguinte a certeza. Portanto, não faça como estes jovens esquerdistas da USP do vídeo ilustrativo desta postagem, que com a agressividade típica dos imbecis munidos de iniciativa própria interromperam uma aula de Direito do Prof. Eduardo Lobo Botelho Gualazzi cantando um velho samba de Zé Kéti: 

"Podem me prender. Podem me bater. Podem até deixar-me sem comer, que eu não mudo de opinião". 

Nem imaginam essas criaturinhas com muito hormônio no corpo e quase nenhum neurônio no cérebro que manter a mesma opinião e ainda por cima ficar sem comer seria, na prática, manter-se duplamente faminto: na alma, necessitada do alimento da verdade, e no corpo, sempre carente de vitaminas, proteínas, etc. Dá nisso tomar como lema de vida a tosca metáfora dum samba composto com intenções "políticas". A propósito, se perguntassem ao pobre Zé Keti o que é a política, e qual o sentido teleológico do bem comum, talvez a sua voz do morro emudecesse e ele ficasse de cócoras e atônito como um sagüi diante do enigma da Esfinge...

Por todas essas razões, respeite a sua opinião. Transforme-a em certeza epistêmica. E aceite a opinião contrária enquanto não decantar a sua. Noutras palavras, antes de querer consertar o mundo, limpe o cocô das suas próprias cuecas, cagão! Se não fizer isto, só nos restará a certeza de que você não se alçou sequer ao patamar da opinião. Mantém-se numa dúvida aflitiva que pretende impor como verdade absoluta. 

Ora, a ditadura da dúvida ou da opinião que se quer impor como verdade é totalitária e assassina. Mais dia menos dia ela destrói, no grito e a sangue frio, toda e qualquer oposição.