quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ruga de preocupação



Sidney Silveira

Dedicado à dulcíssima criatura politizada que, ao ver novo anúncio do minicurso "Manifesto das Sombras", mandou caridosa mensagem chamando-me de nomes lindos em língua macarrônica e rogando para que eu parta desta para melhor, em tom ameaçador...

Filho, tenho 48 calejados anos, já estive perto da morte não poucas vezes, e mais: não tenho nem de longe a importância que me dás.

Beijo no teu coração!

Smack!

terça-feira, 30 de julho de 2013

“Manifesto das Sombras”: última semana de inscrições para o minicurso online

Sidney Silveira
Se você não suporta o Brasil da boçalidade usurpadora e da psicopatia como norma de ação política, talvez valha a pena contemplar a situação presente à luz de alguns dos elevados princípios da filosofia política de Santo Tomás de Aquino.
Esta é a última semana de inscrições para esta iniciativa de um mês, conforme cartaz acima e hotsite do curso, ou neste evento do Facebook.
Formas de Pagamento: Depósito Bancário ou Paypal/Cartão de crédito

Se for pagar pelo Paypal, acesse o seguinte link:
https://www.paypal.com/cgi-bin/webscr?cmd=_s-xclick&hosted_button_id=V95ALT3CR35HN

No caso de depósito bancário, os dados da conta são:
Banco: Bradesco
Ag: 0469
C/C: 01331270-2
Favorecido: Lissandra Seixas Lopes
CPF: 024.958.447-66
O investimento total para as oito horas do curso é de apenas R$ 85,00.
Saudações a todos!
Sidney Silveira

segunda-feira, 29 de julho de 2013

O cérebro vadio das vadias: a indomável opção pelo nada

Sidney Silveira
Há uma escala na relação da inteligência com as coisas — que pode ir da compreensão extática de elevadas verdades até a mais agônica recusa do ser, quando as convicções de uma pessoa se tornam impermeáveis a todas as evidências em contrário. Neste caso, a alucinação ganha contornos sistêmicos e é quase impossível sair da ciclofrenia, ou seja: da loucura circular que até pouco tempo os manuais de psiquiatria chamavam de psicose maníaco-depressiva. Em situações tais, as certezas do indivíduo transformam-se na expressão cabal de um delírio. Então, o caminho apresenta-se desimpedido para que o afastamento da realidade se dê em progressão geométrica, até gerar taras e monomanias de todos os tipos possíveis e inimagináveis.
Interessa-nos aqui mencionar o que chamaremos de delírio político, caracterizado por um estado crepuscular frenético no qual o sujeito sonha de olhos abertos, projetando sobre a coletividade um falso ideal que não é outra coisa senão a tentativa de moldar tudo e todos à imagem e semelhança de sua própria perda do senso comum. Neste quadro, é completa a irredutibilidade da convicção delirante a qualquer tentativa de dissuasão. O sujeito constrói a sua visão do mundo a partir dos destroços de si próprio, e nestes casos não há psicotrópico ou remédio de tarja preta que dê jeito, pois o problema não é clínico. É espiritual, noético. O alucinado amansa, é claro, porque o medicamento atua sobre o sistema nervoso central, mas continua sem manter contato com a realidade dos valores que conformam a sua humana condição.
Traço típico da personalidade do delirante político é forjar analogias entre situações essencialmente distintas, sem ter a menor noção de que se trata de uma petição de princípio, ou seja, do ato de inserir indevidamente a conclusão nas premissas de que parte. Para tanto, o delirante conta com o terrível auxílio de dois fatores: a hipertrofia da sensibilidade, que pode levá-lo a histrionismos patéticos, e a intransigência autoritária típica dos estados paranóicos, nos quais qualquer objeção é rejeitada instintivamente — e o objetor, tido como inimigo a ser desqualificado a qualquer custo. O delírio torna-se sistema vital gerador da incrível e absurda coerência entre as idéias-fixas que o modelam e a conduta do sujeito.
O Brasil das “manifestações” — termo eufemístico que serve de antolhos para o delirante político não ver os crimes que, direta ou indiretamente, comete ou apóiatem dado mostras veementes de como esse tipo de personalidade brutal, insana, tornou-se endêmica. Na prática, o caminho para chegarmos à presente situação foi palmilhado por décadas de desinteligência daquilo que alguns filósofos medievais chamavam de saluberrima veritas, ou seja: o núcleo de verdades constituintes da essência humana. Não existe nenhum exagero em dizer que há cinqüenta anos estamos sendo educados para o desespero, e o desespero é a indomável opção pelo nada.
As marchas das vadias são um dentre tantos retratos de que, no Brasil atual, delírios megalômanos, pretensiosos e de maligna puerilidade ganharam voz “política”. Nestes eventos vê-se algo insólito, levando-se em conta toda a história humana: pessoas a ostentar publicamente a própria depravação como um troféu — circunstância reveladora de que, em suas pobres almas, a vaidade alcançou estranho e superlativo grau. Em breves palavras, este é o signo distintivo de um peculiar transtorno da personalidade, no qual a referência tirânica ao próprio umbigo vira bandeira social, tendo como adereço publicitário suplementar algumas tetas murchas, de espontânea feiúra. Coerentes e fiéis às premissas hedonísticas que lhes servem de sustentáculo, essas criaturas têm da liberdade uma erudita concepção vaginal-peniana, e também anorretal.
Para o bem de todos e felicidade geral da nação, alguém poderia prendê-las por vadiagem cerebral explícita. Mas não apenas por isto, é claro: os vários delitos constantes do Código Penal cometidos por elas em eventos dignos de enrubescer um Calígula — enquanto, com funesta benemerência, a grande imprensa as chama de “manifestantes” — já há tempos ultrapassaram os limites suficientes para o Ministério Público denunciá-las. Desta vez, com a naturalidade cênica de quem tira meleca do nariz, à luz do dia essas vadias enfiaram crucifixos nas suas asseadas vaginas, como também os introduziram amavelmente nos gulosos ânus dos seus companheiros de utopia. Quebraram símbolos religiosos, berraram palavrinhas de ordem, simularam masturbação com a cabeça da imagem de Nossa Senhora e levaram a cabo (e pelo cabo) outras de suas lúdicas atividades, por acaso contrárias à lei.
A devoção à imbecilidade é a religião dessas meninas-moças. Religião que se propaga como rastilho de pólvora numa sociedade psicótica, ao mesmo tempo em que representa a narcolepsia social em forma de coletivismo anárquico.
Como se vê, o gigante brasileiro acordou. Pena que era um demônio de quinta categoria.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

MANIFESTO DAS SOMBRAS - A POLÍTICA BRASILEIRA À LUZ DA FILOSOFIA PERENE



Sidney Silveira
Última chamada para este minicurso online que começa dia 08 de agosto. Informações com Lissandra Lopes em lissandra@cursoiom.com.br (tel. 21 9768 1291), ou em https://www.facebook.com/events/493213767427255/?fref=ts.
Agradeço desde logo aos que, inscrevendo-se nesta iniciativa, contribuirão para mantermos vivo o trabalho de difusão da obra de Santo Tomás de Aquino no Brasil.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A presidenta, o Papa e o meu vaso sanitário de estimação

A Sérgio Pachá,
lexicógrafo miseravelmente
defenestrado da Academia Brasileira
de Letras por opor-se à feiúra
sem acento gráfico no “u”.
Sidney Silveira
Devido a um fenômeno paranormal ainda não explicado, toda vez que ouço os discursos políticos de D. Dilma sinto a incoercível vontade de acocorar-me e expelir dois ou três quilos de dejeto cru. É uma espécie de súbita incontinência fecal, absolutamente espontânea, distinta dos casos de possessão diabólica clássica — nos quais se observam contorções somáticas contrárias às leis da física e da fisiologia, força hercúlea, levitação, fluência em línguas antigas desconhecidas pelo endemoniado, entre outras coisas mais ou menos horripilantes.
Explica-me com santa paciência o meu exorcista particular que os verdadeiros possessos têm aversão a coisas sagradas, e não a atos profanos revestidos de robótico gestual, como no caso em questão. Adverte-me também o sacerdote que os pobres homens controlados pelo demônio são acometidos de momentos de fúria e agitação insólita, e eu, ao sentar-me na privada para dar vazão à diarréia, mantenho a placidez invencível de um monge do deserto. Seja como for, confesso: sem desfazer da opinião do especialista, ainda indago se as minhas voluptuosas defecações têm causa preternatural ou não. O diabo é astuto e sabe enganar as pessoas; é capaz de fazê-las expressar com bolor intestinal o horror que sempre deveriam ter ao que é feio e infame.
Tão estranha patologia pode acarretar-me o sério problema de sujar as calças em momentos indevidos. Foi o que quase me aconteceu no dia da chegada do Papa Francisco ao Brasil, ao ver alguns personagens da comitiva presidencial ferrenhamente anticatólicos a sorrir com languidez demagógica para o Pontífice, a agraciar-lhe com apertos de mão piores que o beijo de Judas. Mas o mais aflitivo veio depois: o discurso da presidenta, com os indefectíveis jargões e cacoetes mentais e semânticos da Novilíngua petista, como “anseio de nossos povos (sic.) por justiça social”, “dignidade cidadã”, “oportunidade para todos”, “convivência com a diferença”, etc. Isto para não falar dos “extraordinários resultados alcançados pelo Brasil na superação da miséria”, durante o pontificado da ideologia atualmente no poder.
[Pausa forçosa, para ida às instalações sanitárias]
Na prática, a fala da excelentíssima governanta — com menção ao “Bolsa Família”, como não poderia deixar de ser — foi um exame de próstata com dedo de gigante a invadir o ânus dos homens de boa vontade, e também o dos de má. Ensinamento de como não se deve fazer diplomacia. Aula de oportunismo político de baixo coturno. Coisa feia, porém representativa do momento histórico no qual a política se transformou numa pantomima intragável, o que necessariamente acontece quando ela se torna um fim em si mesma. A propósito, para alguns políticos não seria má pena ouvir eternamente, no inferno, os seus próprios discursos, proclamados com solenidade histriônica durante o tempo que lhes foi dado viver neste mundo. Mas não desejemos tamanho mal a quem nos faz mal.
Como católico não é meu propósito, no presente texto, abordar o caráter mundano dessas “Jornadas”, inseridas litúrgica, doutrinal e esteticamente no contexto da Igreja pós-conciliar. Apenas registro ser impossível não ver a recepção dada pelas autoridades brasileiras ao Papa — no momento em que se prepara no país a aprovação do aborto, assim como a da chamada “lei da mordaça gay” — como um filme de terror trash, sob a bandeira do ecumenismo e do laicismo, também presentes na fala da atual ocupante do Palácio da Alvorada, sem que o Romano Pontífice se pronunciasse acerca delas.
Pelo andar da carruagem viverei feliz, nos próximos anos, agarrado ao meu vaso sanitário de estimação, se este inusitado mal das tripas não me abandonar. Seja como for, se você — querido e nobre leitor — não entendeu que usei os termos “presidenta” e “governanta” apenas para fazer jus ao padrão do protocolo oficial da mandatária da Nação, informo com pesar: você circunstancialmente assemelha-se ao produto final do meu intestino recalcitrante.
Mas não percamos a esperança: hoje irmanados au milieu de la merde, quem sabe um dia todos veremos novamente a luz?

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Deu n'O Globo!

Sidney Silveira
FRASE DO DIA — dita na tarde da chegada do Papa Francisco ao Rio por uma "artista" com as tetas balouçantes e nenhum desejo de autopromoção.

"A gente não é contra nada. A gente é a favor do que a gente acredita".

Filólogos, gramáticos e lógicos entre os mais gabaritados no cenário internacional foram convocados às pressas, para interpretar — à luz de elevados conceitos da ciência hermenêutica — o conteúdo transcendente desta frase fulminante.
Veja-se o texto das duas matérias abaixo. E cada qual chegue às suas próprias conclusões a respeito desta intrincada questão metafísico-gnosiológica...

sexta-feira, 19 de julho de 2013

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Breve lição de Filosofia Moral

Rua Ataúfo de Paiva, no Leblon, tomada por "manifestantes" que destruíram parte do bairro, nesta quarta (17/07/2013)
Sidney Silveira
As depredações, os roubos e a violência de vândalos e bandidos que, em mais uma “manifestação” democrática, destruíram ontem parte do bairro do Leblon, no Rio de Janeiro — local onde mora o parlapatão governador Sérgio Cabral —, fizeram-me passar por aqui rapidamente para republicar um texto há um mês veiculado gentilmente pelo Prof. Angueth em seu blog, quando o Contra Impugnantes estava fechado.
A questão começa com a proposição de um problema:
É moralmente lícito a alguém participar ordeiramente de uma ação cujos resultados presumíveis são o caos e a violência?
Resposta:
Em sentido absoluto, não!
O ato humano pode ser especificado por dois vetores: o fim bom e as circunstâncias de realização desse fim. Como a circunstância dos atos humanos é acidental, e não essencial, muitas vezes não altera moralmente o fim bom ou mau do ato. Assim, por exemplo, se um professor qualquer dá uma aula magistral, não importa a circunstância de fazê-lo num luxuoso auditório, com microfones e ar-condicionado, ou numa sala velha em péssimo estado de conservação. Da mesma forma, matar alguém pelas costas não retira o caráter nefasto da ação, seja esta realizada numa avenida ou num corredor estreito.
Noutras vezes, porém, as circunstâncias retiram do ato o seu fim bom, ou o degradam a ponto de eliminar a licitude da ação. Este é o caso de alguém realizar um ato imbuído de boas intenções, mas SABENDO DE ANTEMÃO que ele acarretará — juntamente com os bens visados — males que podem pôr em risco a vida das pessoas e também as instituições públicas e privadas.
Ora, se as grandes manifestações, nas capitais brasileiras e no interior, acabaram em destruição, vandalismo, desordem, crimes, etc. — e, portanto, se prevê com ELEVADÍSSIMO GRAU DE PROBABILIDADE que outras aglomerações reivindicadoras terminarão da mesma forma —, participar delas é MORALMENTE ILÍCITO e contrário ao bem comum e à paz social, seu sucedâneo imediato. Algo análogo a atirar contra um ladrão que está escondido atrás de uma multidão de inocentes.
Portanto, valorosos defensores da pátria amada: manifestem-se participando da política, e não contribuindo, mesmo alegando boas intenções, para culpavelmente destruir as precondições materiais e institucionais de sua existência.
Simples assim.
Em suma, contribuir ordeiramente para a desordem é um mau em si, pelas razões acima alegadas.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A supremacia da estupidez estética — e a derrota da política

Sidney Silveira
Em qualquer genuína fruição estética, dois fatores complementares estão implicados: o prazer subjetivo, provocado pelo contato com as formas belas, e certa noção — ainda que difusa, quase instintiva — dos elementos objetivos normatizadores da beleza: harmonia, ordem, proporção, integridade, clareza, funcionalidade, finalidade, entre outros. Em síntese, saber a beleza é saboreá-la em padrão elevado, visto que a intervenção da inteligência é fator distintivo essencial na apreciação das coisas belas.
Noutras palavras, esse tipo de fruição jamais é meramente sensitivo, pois não se trata de um agregado anárquico de dados empíricos captados pelos sentidos. A razão disto é de caráter gnosiológico: na experiência estética está sempre pressuposta a unificação formal dos dados sensíveis pela potência intelectiva, e se falta este elemento perde-se a sensação da beleza, pois como considerar belo o ininteligível? Há, na prática, uma ordenação qualitativa dos aspectos individuantes das coisas belas, e para o homem tal ordenação representa o selo cognitivo da beleza. Sem ele, teríamos a mesma reação dos sapos perante uma polifonia de Tomás de Victoria: coaxaríamos de tédio nos brejos e nos manguezais.
Qualquer sociedade politicamente saudável precisa de instâncias inalienáveis de beleza real. Não por outro motivo, educar para a beleza e para o bem foi a grande preocupação de Platão em quase todos os seus escritos políticos. Quem porventura leu com atenção as Leis, obra outonal do gênio grego, há de lembrar-se que o cargo político mais importante seria uma espécie de “ministério da educação”, com a incumbência de tentar evitar que as pessoas aprendessem a sentir prazer com as coisas degradantes, feias ou imorais, desde tenra idade.[1] Isto porque gozar contrariamente às leis, expressão teorética do bem comum da Pólis, seria ao mesmo tempo atentar contra as potências superiores da alma. E o ridículo, quando representado com intenções artísticas, acaba cedo ou tarde por enlamear a capacidade de apreciação.
O avesso enganoso da fruição estética é o que podemos chamar de estupidez estética. Trata-se do estado anímico no qual prevalece certa desarmonia entre entender e sentir. A sintomatologia é a seguinte: o homem odeia ou despreza as coisas nobres, boas e belas, e adora as bastardas, más, disformes. Esta verdadeira fobia à beleza não pode ser curada, se ultrapassar certos limites. É quando a substância espiritual experimenta fragorosa derrota para a frivolidade, e os instintos inferiores passam a prevalecer no olhar sobre as coisas. Ah, se o homem esteticamente estúpido pudesse contemplar a própria alma diante do espelho, morreria de susto ao ver tamanha feiúra, ou então teria o choque deflagrador de uma grandiosa reviravolta existencial. Infelizmente, tal desordem é invisível a olho nu — sobretudo para quem empacou na dificuldade de fazer o trânsito do sensível ao inteligível.
Outro achado extraordinário de Platão foi perceber que o fator de coesão de qualquer sociedade não está propriamente no equilíbrio entre governantes e governados, mas em certo equilíbrio entre o nobre e o vil. Poderíamos dizer: entre o belo e o feio, nas instâncias em que os possamos conceber: espiritual, psicológica, física, gnosiológica, etc. Em suma, quando prevalece um tipo de fealdade com pretensões de beleza, a sociedade é politicamente má. O dramático nesta situação é que a descida abismal não é percebida pela imensa maioria dos cidadãos — deformados por permanentes concessões estéticas e morais que, no decorrer do tempo, acabaram por desfazer o vínculo de amizade no tecido social e relegar os homens bem formados a uma posição adventícia, na qual perderam a voz nos espaços públicos.
Em tal estágio, a escalada da vulgaridade já não tem freio possível. Sim, pois se na apreciação do belo o subjetivo está para o objetivo assim como os sentidos estão para a inteligência — numa escala de ordenação ascendente em que o mais determina o padrão do menos —, a desintegração precisará chegar a um ponto crítico, para somente então as pessoas começarem a reagir de sua própria letargia política. E entenderem que entre Like a Virgin de Madonna e qualquer composição de Bach existe não apenas diferença de graus de beleza, mas sobretudo de capacidade de abrir os olhos e ver o mundo.
A regeneração política começa, pois, quando boa parte da população livra-se da estupidez estética.

Mas não sem cruciantes dores.
_____________________________________
1- Cfme. Platão, Leis, 817, b-d.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Mote metodológico do breve curso "MANIFESTO DAS SOMBRAS: A POLÍTICA BRASILEIRA À LUZ DA FILOSOFIA PERENE"

Sidney Silveira
Frisa Santo Tomás, em seu profundo "Comentário ao Prólogo de S. João", que a contemplação é ampla quando alguém considera os efeitos da causa na própria causa. A saber: quando conhece não apenas a essência da causa, mas também a virtude pela qual a causa se estende a muitas coisas. A contemplação joanina foi perfeita, de acordo com o Aquinate, porque o Evangelista foi conduzido e elevado à altura da realidade contemplada.

Pois muito bem: nas oito horas de aula do curso que acontecerá em agosto, não se espere a proposição de fórmulas mágicas para resolver a lastimável crise política brasileira. Ela será abordada em alguns dos seus vetores, sem dúvida, mas a idéia-mestra é convidar todos a contemplá-la a partir da nobilíssima atalaia da filosofia política do Aquinate.
VER, com os olhos do espírito, alguns dos atuais efeitos deletérios elevando-nos às causas sem as quais nem mesmo pode haver política, em sentido estrito.
Aos muitos amigos que me escreveram pedindo o retorno do Contra Impugnantes e das atividades do Angelicum, digo: uma maneira de começar a nos ajudar a prosseguir cm o trabalho é participando deste mini-curso.
As inscrições continuam abertas, conforme indicações do cartaz acima, e também no Facebook em:

A impermeabilidade metafísica do idiota

Sidney Silveira
O genuíno idiota só consegue ter certezas coletivas.
As suas verdades são de caráter numérico, razão pela qual sente-se psicologicamente confortável apenas no rebanho a que adere.
O idiota sempre eleva a opinião da maioria ao plano das verdades intocáveis, daí ser pessoa incapaz de real diálogo e grandemente intolerante para com as objeções ou o convívio com os desiguais. Ele conduz qualquer discussão a uma infernal mistura de premissas e assuntos diversos, que reunidos compõem uma massa amorfa e avassaladora à qual é impossível responder detidamente.
O idiota é o homem-massa que idolatra a si mesmo ao querer pasteurizar tudo e todos à sua imagem e semelhança.
Qualquer certeza — por fundamentada que seja — proclamada por alguém de fora de seu grupo é tida pelo idiota como pretensão desmedida, a ser escarnecida de todas as formas.

O espírito de grupo do idiota é a prova material de sua incapacidade de elevar-se ao nível das certezas teoréticas, fruto de reflexões continuadas e paciente estudo. Seu ódio à excelência costuma esconder-se por trás das bandeiras "democráticas" com que tem a sensação vertiginosa do heroísmo e da superioridade moral e intelectual sobre os adversários.

Opinar contrariamente às evidências é prática comum do idiota, razão pela qual o melhor que uma pessoa de bom senso deve fazer é não prosseguir jamais na discussão com ele.
Seria idiotice imperdoável.
O idiota é a prova cabal do mistério que há entre o céu e a terra.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

O brejo das almas do magistério contemporâneo — ou “por que consinto ser chamado de professor”

Ao amigo Carlos Nougué,
mestre por vocação.
Sidney Silveira
Não se ensina por telepatia. Nem por sugestão hipnótica. Os alunos comumente não possuem dons premonitórios ou de clarividência, e os professores são incapazes de emitir radiotelegrafias psíquicas que — por intermédio de ondas de médio alcance — comuniquem conteúdos inteligíveis à mente dos educandos, numa espécie de evento paranormal espontâneo. Na prática, entre mestre e discípulos é necessário haver uma relação de comprometimento e envolvimento pessoal, sobretudo da parte do docente, por cujo intermédio um conjunto de verdades vai aos poucos se tornando claro para os alunos, durante o processo de aprendizado. Até que estes elaborem a sua maneira própria de tirar proveito das coisas ensinadas.
O professor não é o neurocirurgião que faz uma lobotomia e escarafuncha os miolos dos alunos, para enfiar neles, fisicamente, verdades pétreas e inflexíveis. E o motivo disto é relativamente simples: toda e qualquer verdade é uma forma imaterial — e o conhecimento, hábito mental adquirido. Sendo assim, o papel do mestre é o de mediador de símbolos, os quais mantêm correspondência formal com a realidade das coisas. Como lembra o Pe. Álvaro Calderón no excelente manual introdutório Los Umbrales de la Filosofía, os conceitos são semelhanças das coisas, e os nomes, signos artificiais dos conceitos. Assim, a estrutura artificial dos signos lingüísticos busca imitar a estrutura que a inteligência constrói para assemelhar-se à realidade.[1] Exatamente aqui entra o mestre, que para Santo Tomás é um apoio externo do aprendizado, assim como o médico o é da saúde dos seus pacientes.[2] Trata-se do auxiliar de luxo que presta o melhor serviço existente sob o cortinado celeste: ser o candeeiro que partilha a luz das verdades contempladas.
Quando o ato de entender acontece, é sinal de que quaisquer acidentes radicados na matéria foram suplantados. Assim, a circunstância de um aluno estar em posição de cócoras, deitado no chão ou imobilizado numa cadeira de rodas é indiferente para a sua compreensão das coisas que o professor está a explicar em sala de aula. Apenas uma circunstância nem o mais brilhante aluno poderá driblar, se quiser realmente progredir: a existência mesma do professor, pois a ninguém é dado ser o mestre de si mesmo — visto que a ciência não preexiste no discente a ponto de ele poder ensiná-la a si próprio,[3] sem causas externas. O que existe é a virtual potência para conhecer, chamada por Aristóteles de “intelecto possível”.
Se o ensino da filosofia rebaixa-se ao nível dos balbucios tirânicos de grupos políticos sectários, como acontece em larga escala nas universidades públicas brasileiras, a saída é buscar fora da academia o alimento que ela não mais pode dar sem mescla de leite espiritual estragado. Ah, que falta faz um Santo Agostinho para hoje reescrever nova versão do seu Contra Academicos! Seria profilático e altamente salutar, pois a corrosão moral e intelectual contaminou boa parte das nossas cátedras, e o típico acadêmico brasileiro contemporâneo está preocupado com o “Currículo Lattes” — enquanto os seus textos latem feito cão raivoso... A propósito, sei de um estudioso de filosofia medieval entre nós cuja maledicência é proporcional à sua dolente incapacidade de escrever dois parágrafos sem anacolutos de lesa-língua, erros crassos de ortografia, paralogismos, falta de correspondência de tempos verbais num mesmo período, etc. E é anta pós-doutorada na Europa; cheio de si como um pavão, apesar da carinha de santo.
Pois muito bem. Este breve artigo é em deferência à benévola pessoa que me indagou o seguinte: por que motivo, sendo eu um jornalista, permito chamarem-me de “professor”, como por exemplo no cartaz do breve curso Manifesto das Sombras – A política brasileira à luz da Filosofia Perene, para o qual as inscrições estão abertas? Parafraseio o Pe. Antônio Vieira e respondo: uma coisa é o professor, outra o que ensina. E de que adianta ser professor de nome se não se faz jus ao ofício significado pelo nome? No meu modesto caso, são quase dezoito anos de leitura continuada da obra de Santo Tomás de Aquino, e tudo o que há algum tempo tenho escrito e gravado em vídeo é no espírito da escola tomista.
Digo mais: a certa altura de minha atribulada existência, optei por manter-me marginal (ou seja: fora da academia!) porque para o projeto editorial e magisterial que me propus levar adiante eu teria sérios problemas de consciência se me encastelasse numa faculdade ou num seminário modernista. Se errei na escolha, foi por acreditar que o magistério não é um truque psicótico por meio do qual o professor ludibria os alunos.
Encerro o texto com a seguinte consideração, ao modo de advertência: consinto ser chamado de “professor” por pessoas que o fazem espontaneamente (muitas delas, professores universitários pós-graduados em centros de pesquisa importantes), mas jamais pedi para ser designado desta ou daquela maneira.
Não aspiro a vanglória tão nanica.
__________________________________
1- Cfme. Álvaro Calderón. Los Umbrales de la Filosofía – Cuatro Introducciones Tomistas. 2011. Ed. del Autor. p. 251.
2- Tomás de Aquino. De Anima, art. 4, ad.6
3- Cfme. Tomás de Aquino. De Magistro, art.2, ad.1

sábado, 13 de julho de 2013

Em agosto, MINI-CURSO ONLINE — “Manifesto das sombras”


Sidney Silveira
As INSCRIÇÕES ESTÃO ABERTAS, conforme se pode ver acima.
Esta é uma oportunidade de dar uma força ao Instituto Angelicum e ajudá-lo a recomeçar as suas atividades editoriais (temos obras de S. Bernardo e Duns Scot prontas para ir ao prelo).
Quem está possibilitando tecnicamente a iniciativa é o CURSO IOM, na pessoa da amiga Lissandra Lopes de Oliveira.
A idéia é dar um panorama da catástrofe política brasileira atual a partir dos elevados princípios da filosofia política de Santo Tomás de Aquino.

Agradeço, de antemão, aos amigos que se 
 inscreverem e, com isto, nos ajudarem a prosseguir com este trabalho. 
O evento está no Facebook, em:

MINISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO DA INIMIZADE entre os cidadãos

Sidney Silveira
Fica a sugestão para o atual governo, na pessoa da notoriamente virtuosa presidentA (sic.): substituir alguns dos seus intermináveis ministérios — da diversidade, da cultura, da sem-vergonhice pan-pluri-meta-intra-trans-arqui-multi-afetiva, da mamação nas tetas túrgidas do erário, entre outros — por uma única pasta:
Ministério Extraordinário da Inimizade.
O escopo deste novo meandro institucional é simples: estimular o "direito" de todos contra todos, em nome da santa democracia.

Exatamente como os nobres governantes da ideologia atualmente no poder vem fazendo com notável competência, há mais de uma década.

Isto porque amam o povo "como nunca até então neste país", etc. e tal.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O amplexo de Satã: a política como fonte de ódio entre os homens e o Brasil do PT

Sidney Silveira
Não existe ciência do irrepetível. A razão é simples: sem um conjunto de experiências e dados devidamente catalogados pela inteligência, não pode haver conhecimento em sentido estrito. Isto acontece em qualquer área de estudos, mesmo naquelas em que a certeza alcançável é de natureza interpretativa — às vezes cambiante —, como no caso da ciência histórica, sempre imperfeita na reconstrução do passado porque depende de fontes que, no decorrer do tempo, podem mostrar-se insuficientes, quando cotejadas com descobertas recentes ou analisadas a partir de novos métodos hermenêuticos. Seja como for, não é o ato de compulsar mil documentos o que faz um historiador; mas o compulsá-los à luz de princípios interpretativos seguros.
Com a ciência política passa-se algo análogo. Participar da política por meio de um ativismo desordenado não é ser político, na expressão forte do termo, assim como não é o ato de fornicar com dez clientes por dia o que dá a uma prostituta a clara visão do que seja o sexo, em sua rica dimensão psicossomática e espiritual. Em suma, repetir o irreal é uma forma maligna de irrepetibilidade metafísica — maneira eficaz de jogar a verdade científica para uma instância inalcançável, porque a inteligência naufragou na tentativa de divisar o uno no múltiplo, a essência em meio aos acidentes. Numa situação tal, dar testemunho da verdade é impossível até quando os dados estão cristalinamente diante do sujeito; então, as evidências tornam-se inevidentes por uma espécie de hipoplasia da potência intelectiva. E a pessoa não entende a densidade do real porque se incapacitou para tanto.
Este déficit cognitivo torna-se patologia coletiva quando a política, as artes e a religião se desvinculam dos princípios universais configuradores daquilo que chamamos de “civilização”. Então os homens de bem vivem o pior infortúnio possível: suportar a corrupção em nível alarmante e patógeno, e assim terem o seu campo de ação pública reduzido. Advirta-se que tomamos a expressão “ação pública” não no sentido de atuação partidária, distintiva das caóticas democracias liberais em que nos cabe sobreviver — nas quais as leis deixaram de ser regra da razão ordenada ao bem, para expressar a vontade ou os interesses de grupos de pressão. Ação pública, nesta configuração, é alçar a voz a uma altura suficiente para fazer sair do letargo moral as pessoas com poder decisório. Mas isto, numa sociedade da informação, é difícil quando os canais da imprensa estão vedados ao Spoudaios, o homem maduro para a compreensão das verdades mais elevadas, segundo Aristóteles, pois desenvolveu as suas potencialidades em grau de excelência.
Em síntese, quando o ódio à excelência se dissemina no tecido social a ponto de aniquilar a cultura superior, a unidade somática da Pólis se desfaz num processo de putrefação similar ao que acontece com um corpo sem vida. A esta altura, o verdadeiro sábio compreende que a raison d’être do povo — que é ordenar-se aos bens superiores, e destes a Deus — se esfumou completamente. E o seu papel passa a ser o de fazer a descida ao caos para abrir nele fendas por onde possa penetrar a luz das verdades imperecíveis, e os homens possam dela voltar a alimentar-se.
O simbolismo dessa descida representa um sacrifício de vida cuja nobreza sequer pode ser reconhecida pelos beneficiários da ação, agonicamente presos na situação acima descrita, de incompreensão acerca das verdades mais elementares. Eles então ridicularizarão o sábio e o tomarão por tolo, por hipócrita ou por maligno, e poucos deles estarão aptos a compreender o estupendo bem recebido — mas só após terem massacrado o homem de valor que os favorecera. A propósito, é esta a advertência de Sócrates àqueles que o condenaram injustamente: os atenienses não mais teriam quem os defendesse de seus próprios erros e taras políticas.
Sócrates e os gregos antigos não conheceram o sacrifício universal da Cruz, feito com o sangue meritório pelo qual o próprio Deus Encarnado remiu o homem. Não conheceram o fato de que a política alcança a sua verdadeira razão de ser tão-somente quando se deixa conduzir pelas verdades divinamente reveladas, com as quais Deus rega os montes das alturas e com os frutos de Sua sabedoria sacia a terra, conforme afirma o Salmo 104, comentado esplendidamente por Santo Tomás de Aquino.
Sem essa sabedoria divina a governar os homens, a inimizade política torna-se o único caminho possível. E este leva ao ódio e à dissolução social de que se valem os políticos maquiavélicos para manterem tiranicamente o poder e o butim dos bens públicos, com um descaro semelhante ao do atual governador do Rio de Janeiro (apenas a título de exemplo), santarrão que gasta milhões para andar de helicóptero com o dinheiro do contribuinte e alega não cometer nada de impróprio.
A propósito, o Brasil atual vem sendo governado por um grupo político que, em toda a linha, trabalha para destruir os pilares da civilização — e nisto se distingue de todos os grupos letalmente corruptos que até então estiveram no poder em nosso país: distingue-se pela capacidade de aparelhar o Estado; distingue-se pela organização de uma militância disposta a qualquer coisa para cumprir os desígnios da Nomenklatura; distingue-se pelos braços internacionais de fomento à agenda globalista; distingue-se por usar da mentira política com a sistematicidade típica de quem procura perpetuar-se no poder recontando a história do país à imagem e semelhança dos seus falsos princípios; distingue-se pelo incentivo, direto ou camuflado, a todos os tipos de profanação das coisas religiosas.
Esta é, pois, a hora de alguns homens de bem e de formação intelectual e moral superior sacrificarem o próprio conforto, em favor da sociedade em adiantado estado de decomposição na qual desgraçadamente vivem. Arriscarem tomar partido em favor da civilização, mesmo à custa da perda de seus empregos; mesmo à custa das difamações; mesmo à custa de calúnias e de todos os tipos de martírio moral.
É claro que só podem fazer isto subindo à altura dos valores universais que abrem os olhos do espírito e impedem a disseminação do sonambulismo moral que gera situações políticas como a nossa. E não com caras pintadas e palavras de ordem ensaiadas por engenheiros sociais que fazem a formidável mágica de transformar multidões em agrupamentos teleguiados.
Que a antevisão da derrota pessoal e política não lhes arrefeça o ânimo. Afinal, só o alimento da sabedoria pode construir um dique à sociedade corrupta, e, como ensina Platão, estar a alma enganada ou ignorar o ser verdadeiro das coisas significa que a mentira tomou posse da parte mais elevada da pessoa.[1]
Ora, quando na política prevalecem homens tais, é melhor sucumbir na luta do que na omissão.
___________________
1- Cfme. Platão. República, 382a-b.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Quem secou o pranto, pode novamente amar — a retomada do blog


Sidney Silveira
O tomista Luiz Astorga, parceiro de várias empreitadas editoriais filosóficas nos últimos anos, chamou-me a atenção com rude franqueza. O grande amigo e tradutor Carlos Nougué, amante da obra de Santo Tomás, disse-me que eu me precipitei, ao encerrar o Contra Impugnantes. Sacerdotes pediram-me que reconsiderasse a decisão. O Prof. Antonio Angueth, que mantém ótimo espaço na internet, lamentou o fato e se dispôs a ajudar-me a sair da situação financeira difícil em que sucumbi, após a cirurgia cardíaca. Olavo de Carvalho mandou rezar Missas em intenção de minha recuperação em Richmond, e juntamente com a sua esposa Roxane manifestou o desejo de ajudar-me de alguma maneira a não encerrar o blog. Tudo isso me comoveu imensamente, e se trago a público algumas dessas manifestações generosas é para que estas e outras pessoas saibam o quanto influenciaram na minha reconsideração. 
Continuo, após quase um mês e meio da postagem em que me despedia dos leitores, a receber mensagens. Depoimentos de conversão ao Catolicismo. Relatos de verdadeira reorientação existencial, como o do rapaz que, após ler uma postagem do blog, se esforçou por largar o vício da pornografia na internet — e, com a árdua vitória, se foram os vários sintomas psicossomáticos em que a sua vida se consumia. Escritos de sincero agradecimento e de orações pela minha saúde, espiritual e financeira, assim como verdadeiros puxões de orelha, acabaram fazendo o efeito da constância da água mole em pedra dura.
O esgotamento espiritual se foi, com a graça de Deus, e as dificuldades materiais talvez não vão embora até o fim de minha vida, dado o ponto que alcançaram. Enfim, chegou o momento em que disse a mim mesmo: e daí? Percebi que esta iniciativa não mais me pertence por inteiro, e apesar das dificuldades pessoais o trabalho deve continuar, tanto aqui como no Instituto Angelicum, o qual finalmente terá em breve um site e retomará as suas atividades editoriais e de cursos.
Recomeço com o mesmo espírito de fé e de amor à Igreja e a Santo Tomás de Aquino com que o Contra Impugnantes iniciou, em 2008. As postagens virão no compasso do meu tempo disponível para escrever, pois continuo a ter que ganhar o pão.
Mas virão, nesta nova roupagem que tem uma parte de minha estante da sala como pano de fundo.

Muito obrigado a vocês.