domingo, 25 de agosto de 2013

Sobre Duns Scot


Sidney Silveira
Indico este livro ao aluno do curso "Manifesto das Sombras" que me mandou mensagem pedindo indicação de leitura a respeito da revolução feita por Duns Scot, autor que, nos planos teológico e filosófico, abre as portas do que chamo de longa "Era da Perda da Fé" no seio das nações — que vai dos séculos XIV ao XVIII, às vésperas da Revolução Francesa.

Na aula, dizia eu que Duns Scot inicia uma revolução no pensamento ocidental ao propor a separação entre teologia e metafísica. Em meu parecer, por reduzir a teologia ao patamar de ciência prática, apenas (e não especulativa e prática, como em Santo Tomás), e criar a primeira fissura na harmônica e elevada arquitetura filosófica que o Doutor Angélico nos havia legado.

O livro aqui referenciado, organizado pelo scotista Gérard Sondag, mostra um pouco do que digo...

Julguei por bem compartilhar a informação publicamente, pois sei que há vários estudantes e professores de filosofia e teologia entre os leitores do C.I.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Aspectos da fé segundo S. Tomás



Sidney Silveira
PEQUENÍSSIMO TIRA-GOSTO da segunda aula do curso "Manifesto das Sombras" — e um breve aviso: as pessoas que têm enviado mensagens e e-mails querendo inscrever-se a esta altura (quando não é mais possível fazê-lo) poderão depois adquirir o curso completo, que provavelmente estará disponível em DVD ou noutro formato.


Obrigado a todos pelo apoio!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A epopéia dos estúpidos e os novos contadores de histórias

  
Ao medievalista Ricardo da Costa,
voz de resistência.
Sidney Silveira
As epopéias antigas cantavam — em versos de suma beleza — feitos heróicos de personagens míticos, legendários. Na Grécia eram oralmente transmitidas de geração em geração por poetas populares, os aedos, que respeitavam até a métrica das composições em seu ofício de passar adiante a tradição. A propósito, “épos” era termo usado pelos gregos para designar o relato originário, as façanhas carregadas de simbologia que traduziam o DNA espiritual de um povo e apontavam para o seu destino histórico. A antiguidade está repleta desses escritos épicos em que as façanhas representam um modo de ser paradigmático: da anônima Epopéia de Gilgamesh à Odisséia de Homero, da Eneida de Virgílio às Metamorfoses de Ovídio, vemos um sem-número de obras artísticas prenhes dessa palavra fundadora, modelar.
Passaram-se milênios de avanços e recuos civilizacionais, até chegarmos ao curioso momento histórico em que as epopéias traduzem a estupidez humana e são contadas não por artistas de escol, mas por jornalistas politicamente corretos e por grupos financiados, direta ou indiretamente, pelos mais maquiavélicos e corruptos governos, que precisam contar a história de sua própria depravação dando nomes novos aos bois, ou seja: ressignificando atos desde sempre considerados nefastos por meio de expressões eufemísticas claramente mal-intencionadas.
O politicamente correto, fruto de décadas da mais fina engenharia social, é a nova moral apátrida transnacional com que amarras semânticas são usadas como mordaça para criminalizar crenças e usos sociais desde sempre aceitos pelo senso comum, em todos os países do Ocidente. A propósito disso, transcrevo a seguir um jocoso trecho escrito pelo filósofo tomista brasileiro Luiz Astorga, amigo querido, para o Prefácio do Dicionário do Politicamente Correto às Avessas, de minha lavra, que se eu tiver ócio bastante para não precisar ganhar o pão com o suor da indignidade, em escala quase insuportável, sairá ainda este ano:
“(...) As palavras são ouvidas corretamente, mas o seu sentido tornou-se fluido, nebuloso, ambivalente. Aos poucos, elas adquiriram novos significados, que você nem sabia existir; os antigos, a propósito, vão desaparecendo no horizonte. De repente, os nomes decidiram fundir-se a esmo com hífens. Prefixos e sufixos surgiram do nada, e advérbios terminados em ‘-mente’ juntaram-se com lascívia a particípios, trazendo ao mundo uma ninhada de expressões quilométricas. (...).
“(...) Algumas das antigas palavras passaram a dizer o contrário do que significavam. Neste clínico contexto, vale frisar o seguinte: nem a pior aguardente de ameixa teria dado a Kafka tamanha ressaca cognitiva, em que o assombrassem parcerias eco-responsáveis, atores sociais eticamente engajados e engajadamente pró-ativos, programas homo-sócio-sustentáveis, empoderamentos mil. Já em delirium tremens, veríamos tiranos ‘democráticos’, ‘diálogos’ unânimes, grupelhos ‘inclusivos’, agressores ‘tolerantes’ e outros cágados voadores deste admirável mundo novo(...)".
A coisa é tão bem urdida e tão universalmente disseminada, que se torna difícil imaginar qualquer saída para este Hades enevoado, feito de eufemismos criminosos com os quais as mentes vão tornando-se cada vez mais teleguiadas por slogans e debilitadas patologicamente em sua capacidade de lucubrar, de encadear raciocínios básicos que uma criança da década de 70 do século passado engendrava sem o menor esforço.
A continuarmos neste compasso, em breve chegará o dia em que expressar um simples pensamento de forma direta, com a espontaneidade típica das ações honestas, será delito inafiançável. A bondade será substituída pelo seu macabro avesso embelezado por torções e contorções do novo vocabulário simbólico, nesta espécie de esperanto do inferno, marca da Besta em forma de linguagem imposta universalmente.
E ai de quem tiver a ousadia de mijar fora do penico ou pensar fora das canaletas dessa Nova Ordem, perto da qual o País das Maravilhas, onde cabeças são profilaticamente cortadas, é o paraíso terrestre.
Será vítima de pessoas que — com o apetite de hienas a esfolar-se umas às outras por qualquer minúsculo pedaço de carniça — destroçarão vidas julgando fazer um bem à humanidade.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A propósito de minha participação no programa “Sala de Debate”, do Canal Futura

Sidney Silveira
Negar a hegemonia do pensamento esquerdista nas universidades públicas brasileiras é tão grande estultícia — dadas as acachapantes evidências em contrário —, que só mesmo um sujeito munido de bíblica paciência pode ouvir tal disparate e conter a ira. Ora, como aponta Santo Tomás de Aquino, “paciência” é a virtude moral que torna um homem apto a moderar a tristeza perante o mal.[1] Em síntese, a pessoa paciente sabe sofrer, ou melhor, ela aprendeu a conter certos ímpetos irascíveis e se manter serena, mesmo ao deparar com a astúcia alheia.
Pois bem. Não foi sem boa dose de paciência que ouvi o acadêmico Ricardo Figueiredo de Castro, professor de História Contemporânea da UFRJ, dizer que desconhece tal hegemonia, durante o programa “Sala de Debate” do Canal Futura, do qual participei semana passada. E o seu colega Paulo Domenech Oneto, filósofo político, munido de boas maneiras fazer-lhe coro ao mostrar-se “surpreso” quando ouviu tal parecer de minha boca — como se eu estivesse a afirmar que os cangurus são peixes e nascem nos Alpes suíços, e não mamíferos marsupiais encontráveis predominantemente na Austrália.
Naquele instante, tive uma vez mais reafirmada a minha convicção interior quanto ao acerto de não ter seguido a vida acadêmica no Brasil, ao contrário do meu querido irmão Ricardo da Costa, medievalista da UFES que, após anos intermináveis de perseguição sofrida por não comungar do credo filomarxista, chegou a ter um piripaque: o AVC do qual, com a graça de Deus, recuperou-se plenamente, apesar da torcida em contrário de algumas almas benignas, por acaso professores “anti-reacionários”. Tutti buona gente.
Conheço de perto histórias inacreditáveis acerca de como funcionam os departamentos das áreas de ciências humanas nas faculdades públicas do nosso país, hoje totalmente vedados a qualquer intelectual declaradamente conservador. O aparelhamento é ostensivo e possui anticorpos muito bem adestrados em evitar qualquer presença alienígena, o que se torna bastante claro nos programas e grades de mestrado e doutorado, instâncias decisivas da trajetória acadêmica dos aspirantes a galgar um degrau na universidade.
É claro que os Lídimos Gazeteiros Brasileiros Trans-Esquerdistas (LGBT) atuantes em nosso ensino superior não formam um bloco homogêneo, quanto aos estudos que incentivam e difundem, mas estão, sim, irmanados na epidérmica ojeriza comum a qualquer pensamento que considerem “de direita”, ou então “reacionário”, expressão maleável por meio da qual profilaticamente constrangem os jovens que porventura queiram alçar vôo solo fora das bitolas da mentalidade dominante. Em síntese, da universitas medieval, local de abertura ao contraditório, sobrou o nome, mas sem correspondência com a realidade que então significava. O típico intelectual acadêmico orgânico de hoje — sobretudo nas faculdades de História — foge às objeções em seu próprio habitat, ao passo que na Idade Média era por meio da objeção que o processo dialético, método de qualquer ciência digna deste nome, se dava. Há honrosas exceções, estatisticamente pífias.
Meu conselho aos jovens que acreditem ser possível mudar o presente estado de coisas é: não digam a verdade por inteiro na hora de procurar os mestrados e doutorados dessas universidades. Dissimulem parte de suas boas intenções — o que é moralmente lícito, quando o bem se torna uma impossibilidade ontológica — e adquiram os “canudos” ao mesmo tempo em que, fora da universidade, buscam formação superior verdadeira, muito além das bibliografias indicadas por boa parte dos mestres de malícia hoje refestelados em nossa academia.
Assim, quem sabe, as coisas possam ser diferentes daqui a vinte anos, se ainda existir mundo.
Em tempo: Como jornalista com mais de uma década e meia de atuação como assessor de imprensa, entendo perfeitamente que os colegas de profissão precisam enquadrar as fontes nos formatos dos seus programas. Conheço muitíssimo bem as regras do jogo e as aceito sem o menor problema, mas sinto-me no dever de fazer um esclarecimento público em prol da verdade: não obstante incentive o florescimento de qualquer pensamento conservador digno deste nome em nosso país, não sou “consultor” da nova ARENA. Até o presente momento, dei apenas uma palestra de formação a convite de amigos, tive encontros informais com pessoas interessadas em mudar o país para melhor e participei deste programa no Canal Futura, quando me disseram que o mote era algo como o ressurgimento do conservadorismo entre parcela da juventude.
O pessoal da TV foi bastante gentil e agradeço a acolhida de todos os profissionais da redação, assim como o fato de abrirem espaço para um ET reacionário manifestar-se.
Enfim, a falta de solicitude para com a verdade chama-se “negligência”, quando nasce de certa preguiça mental, ou “malícia”, quando é voluntária e consciente. Não quero nem uma nem outra, pois os meus pecados já são inúmeros. Daí fazer este esclarecimento e encostar a cabeça no travesseiro sem maiores problemas.
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1- Cfme. Tomás de Aquino, Suma Teológica, II-II, q. 136.

sábado, 10 de agosto de 2013

A primeira aula do curso “Manifesto das Sombras” – e uma explicação


Sidney Silveira
Sempre à espreita do guarda de Israel, o demônio também não dorme nem dormita. Como lobo voraz, aguarda o momento de fraqueza ou distração da presa para, então, atacar.
Pois muito bem. Nesta primeira aula do curso Manifesto das Sombras – A política brasileira à luz da filosofia perene, por prudência foi colocada para filmar a minha câmera de mão, além da que fez perfeitamente a transmissão ao vivo.
Na hora de gravar, porém, aconteceu algum desses problemas tecnicamente “diabólicos” (cada vez mais, convenço-me de que as tecnologias e os computadores são entes com aspirações malignas e estão manchados pelo pecado original), e vimos como foi providencial ter gravado com mais de uma câmera. E mais: o Canhoto parece que não gostou mesmo de algo dito aí, pois noutras duas vezes o arquivo quase se perdeu, ao ser baixado.
Seja como for, como ele ficou pesado resolvi disponibilizar esta primeira aula no Youtube, e creio que ganham também os alunos, pois poderão vê-la sempre que quiserem — ao passo que, sem isto, o seu conteúdo só ficaria disponível para eles durante o período do curso, ou seja, em agosto, como acontecerá com as demais aulas.
O ângulo da gravação não é o mesmo do qual me viram, mas nada se perde: a feiúra é feia de onde quer que se veja...
Agradeço o trabalho da Lissandra Lopes de Oliveira, amiga de minha irmã a quem conheço desde quando era meninota e que tem sido de uma dedicação e profissionalismo incríveis; com razão, ela ficou chateadíssima com esta peça que a tecnologia pregou em nós, como acontece às vezes até com a área de TI das grandes empresas. Disse-lhe eu que tudo concorre para o bem e está inserido no âmbito da Providência Divina.
E que talvez os nossos anjos da guarda tenham trabalhado para não se perder o conteúdo desta aula que, se algum mérito possui, é o de tentar traduzir e sintetizar algumas premissas do pensamento de Santo Tomás neste ponto, com alguns toques pessoais.
Desde já, agradeço a vocês pelo carinho e pela compreensão.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

PRESENÇA NO PROGRAMA AO VIVO "SALA DE DEBATE", da TV Futura

Sidney Silveira

Hoje (6/8/2013), às 21h15!

O mote é: Por que jovens brasileiros estão aderindo ao conservadorismo?

Fui indicado pelo pessoal do diretório da nova ARENA aqui no Rio.

Do outro lado estarão os professores Paulo Guilherme Domenech Oneto (que tem trabalhos sobre Deleuze e Benjamin), da UFRJ, e Ricardo Figueiredo de Castro, da UFF, historiador que tem foco em linhas de pesquisas sobre as esquerdas brasileiras (anarquistas, PSB e PCB).

Dizem que o meu fígado será servido à vinagrete.

Quem puder, assista!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O sentido transcendental da história e o movimento declinante das três Eras

*Breve texto para o curso “Manifesto das Sombras
Sidney Silveira
A história humana é um códice da Providência Divina, a mensagem cifrada de Deus a espraiar-se no tempo. Não podemos resolvê-lo por completo, porque ele foi feito a partir da eternidade — e o nosso ponto de observação é deficiente, por estarmos imersos entre as coisas temporais. Esta é a premissa teológica de que partimos.
Só será possível ao homem elucidar os arcanos da história, com todos os dramas centrais que conformam o devir de sua trajetória ao longo dos séculos, sob o influxo da luz beatífica da essência divina, ou seja, no céu. Enquanto isto não ocorre, cabe ao historiador católico tentar compreender os ciclos e eventos históricos esforçando-se por se colocar na perspectiva de Deus, tendo como causa material desta empreitada os documentos de época, e como causa formal a Sagrada Escritura (verdade revelada por Deus), o Magistério da Igreja (custodiadora deste precioso depósito) e a obra dos grandes doutores. Em nosso caso, do Doutor Comum: Santo Tomás de Aquino.
Tal arte poderá chegar, no máximo, a um esboço de visão a partir de esquemas gerais. Foi exatamente o que tentou Santo Agostinho na Cidade de Deus. Todas as demais tentativas de interpretar os fatos históricos sem se elevar muito acima deles próprios estão condenadas a ser mais ou menos reducionistas — por não entenderem que os valores pressupostos nos atos humanos representam a maior ou menor proximidade a uma realidade imutável, intangível, inefável, inominável: Deus. Ora, porque todos os movimentos pressupõem algo metafisicamente imóvel, sem o qual eles não seriam possíveis, visto que o movimento não pode remontar ao infinito numa série de causas essencialmente ordenadas, com a história humana não poderia ser diferente. Ela parte de Deus, causa universalíssima, e se orienta teleologicamente a Ele como a seu fim último.
De nossa parte, sem ignorar algumas técnicas hermenêuticas da moderna historiografia, levaremos em consideração os fatos históricos a partir do que Santo Tomás escreveu sobre as três virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade.
A partir daí é que propomos os três ciclos:
Ø  a Era da Perda da Fé (séculos XIV ao XVIII);
Ø  a Era da Perda da Esperança (séculos XIX e XX, até o Concílio Vaticano II); e
Ø  a Era da Perda da Caridade (período final do século XX e século XXI — até o final dos tempos, que não sabemos quando será).

Isto não é novidade absoluta. Já o nosso Gustavo Corção esboçara algo neste sentido, ao pressupor que o século XXI seria o século sem caridade. O que nem o escritor brasileiro nem nenhum historiador que eu conheça fez foi propor o esquema acima.
Prossiga-se, pois, com os eventos que a nosso ver simbolizam esses três períodos, sem jamais perder de vista que o verdadeiro historiador é uma espécie de decifrador de códices simbólicos, e não apenas o sujeito que lê documentos do passado.
A Era da Perda da Fé
Antes de tudo, diga-se que uma era se define, entre outras coisas, pelo vetor axiológico que nela predomina, ou seja: pelos valores que movem transcendentalmente o curso dos fatos. Não é, pois, ocioso dizer que numa era comunista nem todos são comunistas, numa era democrática nem todos aderem a esta forma de governo, etc. Há marchas e contramarchas no interior de cada ciclo histórico, forças contrárias e heterogêneas em luta. Mas, por trás delas, se percebe a mudança de paradigma histórico. Foi assim, por exemplo, quando a Virgem de Guadalupe apareceu no México, no solstício de inverno, e os próprios povos locais conseguiram ler na imagem o signo de uma nova Era naquela parte do mundo.
A Era da Perda da Fé começa em dois vetores: político e filosófico. No terreno da política, ela é expressa no atentado de 1303, em Agnani, ao Papa Bonifácio VIII, último Pontífice do período medieval (...),  
(O restante do texto será disponibilizado aos alunos do curso “Manifesto das Sombas”).

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

AOS AMIGOS DE SÃO PAULO (curso no Mosteiro de São Bento)

Sidney Silveira
Fica a dica do Curso de Patrística que terá como base principal o recém-lançado livro "Exortação aos Gregos", de Clemente de Alexandria, da Coleção Medievalia — que estou coordenando para a editora É Realizações.
O curso, ministrado pelo Prof. Joel Gracioso, será no Mosteiro de São Bento paulistano, conforme se lê no cartaz que ilustra esta postagem.
Se eu fosse de Sampa, conferiria!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

BREVE EMENTA do curso “Manifesto das Sombras”

Sidney Silveira
1-     Expor sumariamente os pressupostos da doutrina tomista sobre a política, mostrando a sua atualidade.
2-     Propor três ciclos históricos, que culminam no presente momento:
a) Era da Perda da Fé (séculos XIV ao XVIII);
b) Era da Perda da Esperança (séculos XIX e XX — até o Concílio Vaticano II); e
c) Era da Perda da Caridade (final do século XX e século XXI).
Neste último tópico, serão apontados vetores da destruição completa da verdadeira noção de bem comum, assim como a transformação maquiavélica da política num fim em si, e também como mera luta por manutenção no poder, com os malefícios daí decorrentes.
3-     Analisar o presente momento à luz destes princípios, sem deixar de salientar que o processo de degenerescência civilizacional chegou ao ponto em que não é humanamente possível pôr-lhe freios. A menos que se mudem os revolucionários critérios liberais — no sentido católico tradicional — transformados em pano de fundo de todas as maneiras atuais de fazer política: do neocomunismo, que cresce nas Américas, à configuração caótica das plutocracias contemporâneas.
Neste contexto, tentar-se-á apontar porque a agenda globalista poderia ser combatida eficazmente APENAS se a Igreja voltasse a expressar — de maneira solene e apostólica — os princípios do seu Magistério, sem matizar o discurso ou tentar adaptá-lo àquilo que é, formalmente, o seu avesso.
Pequena bibliografia indicada a quem quiser aprofundar-se nas premissas propostas no breve curso:
Santo Tomás de Aquino
Suma Teológica (todo o tratado da lei)
Comentário à Política de Aristóteles, Prólogo e Lectio I (encontrável na internet, em francês/latim:

ou espanhol, em:

Jorge Martínez Barrera
A Política em Aristóteles e Santo Tomás (obra esgotada, encontrável na Estante Virtual)

Platão
República, Fedro, Leis e Político

Patrícia Calvário
O Governo da Cidade no De Regno

Aqui a advertência fica para o fato da equívoca terminologia “dois fins do homem”, adotada pela Autora, pois em verdade há um único fim, Deus, sendo o outro fim intermediário instrumental.

Textos autorais publicados no Contra Impugnantes sobre o tema também serão indicados, ao longo das aulas.

Inscrevam-se aqui e nos ajudem a manter este projeto, amigos.