Sidney Silveira
Em meio a problemas de saúde de natureza diversa e momentaneamente atribuladíssimo (com atividades em número bem maior do que eu gostaria), deixo de passagem uma resposta que, para a maioria, soará enigmática, mas não para o liberalíssimo indivíduo a quem se dirige, nesta sexta-feira de céu nublado — dia aziago, como dizia burlescamente o personagem Brás Cubas a respeito do dia de seu próprio sepultamento.
É a seguinte:
— Taí... concordo plenamente com você! Ou melhor: concordamos, eu e o Nougué.
Perdoem-me as pessoas a quem passar despercebida esta resposta alusiva, mas a matéria é gravíssima e a pessoa de que se trata, muito importante — e não tenho eu autoridade para responder ou discorrer sobre elas, sobretudo em público. Só posso fazê-lo, portanto, com uma restrição mental lata (restrictio late mentalis, como ensinam os clássicos de teologia moral).
Para quem não sabe, a restrição mental lata é a omissão lícita de parte da verdade, ou a sua expressão em palavras que não a dêem a entender por inteiro (em ocasiões específicas), ou então que a dêem a entender mas não como esperava o interlocutor. Há vários tipos lícitos de restrição mental lata. Querem um exemplo? O próprio Cristo, quando diz “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, responde aos maldosos fariseus com uma restrição mental lata, pois a pergunta que lhe fora feita, para quem não se lembra, foi a seguinte: “Mestre, sabemos que és sincero e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não olhas à condição das pessoas. Dize-nos, portanto, o teu parecer: É lícito pagar o imposto a César?” (Mt, XXII, 16-17).
Como se vê, em diferentes ocasiões é moralmente válido responder com partes da verdade ou então de forma enigmática, metafórica, com um quê de misteriosa, sobretudo se o interlocutor denota patente malícia em sua postulação ou (como é o caso de que se trata) em sua insinuação/provocação velada. Ou seja: se ele está jogando uma casca de banana no chão para você escorregar!
Este post é, portanto, uma resposta a esse indivíduo específico (mas serve também para os de seu grupo!). Concordo integralmente com você, no tocante ao último texto publicado no seu site! Só não expresso as razões — e, de público, o assunto — porque, como eu disse, não tenho autoridade para discorrer sobre eles. Não pela internet! Mas quem sabe, um dia, num foro específico, você possa responder por eles tendo a mim como interlocutor? Eu gostaria muito, pois, numa situação dessas, não é possível inventar um patinho de borracha para nele atirar.
Em meio a problemas de saúde de natureza diversa e momentaneamente atribuladíssimo (com atividades em número bem maior do que eu gostaria), deixo de passagem uma resposta que, para a maioria, soará enigmática, mas não para o liberalíssimo indivíduo a quem se dirige, nesta sexta-feira de céu nublado — dia aziago, como dizia burlescamente o personagem Brás Cubas a respeito do dia de seu próprio sepultamento.
É a seguinte:
— Taí... concordo plenamente com você! Ou melhor: concordamos, eu e o Nougué.
Perdoem-me as pessoas a quem passar despercebida esta resposta alusiva, mas a matéria é gravíssima e a pessoa de que se trata, muito importante — e não tenho eu autoridade para responder ou discorrer sobre elas, sobretudo em público. Só posso fazê-lo, portanto, com uma restrição mental lata (restrictio late mentalis, como ensinam os clássicos de teologia moral).
Para quem não sabe, a restrição mental lata é a omissão lícita de parte da verdade, ou a sua expressão em palavras que não a dêem a entender por inteiro (em ocasiões específicas), ou então que a dêem a entender mas não como esperava o interlocutor. Há vários tipos lícitos de restrição mental lata. Querem um exemplo? O próprio Cristo, quando diz “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, responde aos maldosos fariseus com uma restrição mental lata, pois a pergunta que lhe fora feita, para quem não se lembra, foi a seguinte: “Mestre, sabemos que és sincero e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não olhas à condição das pessoas. Dize-nos, portanto, o teu parecer: É lícito pagar o imposto a César?” (Mt, XXII, 16-17).
Como se vê, em diferentes ocasiões é moralmente válido responder com partes da verdade ou então de forma enigmática, metafórica, com um quê de misteriosa, sobretudo se o interlocutor denota patente malícia em sua postulação ou (como é o caso de que se trata) em sua insinuação/provocação velada. Ou seja: se ele está jogando uma casca de banana no chão para você escorregar!
Este post é, portanto, uma resposta a esse indivíduo específico (mas serve também para os de seu grupo!). Concordo integralmente com você, no tocante ao último texto publicado no seu site! Só não expresso as razões — e, de público, o assunto — porque, como eu disse, não tenho autoridade para discorrer sobre eles. Não pela internet! Mas quem sabe, um dia, num foro específico, você possa responder por eles tendo a mim como interlocutor? Eu gostaria muito, pois, numa situação dessas, não é possível inventar um patinho de borracha para nele atirar.
Em tempo: Aproveito para lembrar aos nossos visitantes que, nos próximos dias, o Nougué mostrará em que erro incorrem os defensores do chamado sedevacantismo, e, também, de que maneira é lícito, para o fiel católico, referir-se à pessoa do Papa e às declarações feitas pelo Papa, magisteriais ou não.