Sidney Silveira
Chegou-me por estes dias o número 75 da revista Le Sel de La Terre, dos dominicanos de Avrillé. Um dos textos, particularmente, destaca-se: Paulo VI e a contracepção — uma condenação hesitante e tardia, assinado por Marie-Dominique O.P.
Marie-Dominique faz um passeio no tempo e remonta ao ano de 1956, quando surgiu a pílula anticoncepcional nos EUA — e mostra como, desde então, a pretexto de “diálogo” com o mundo, o Magistério foi abrindo brechas doutrinais para acomodar-se à modernidade e a suas demandas. Neste contexto, lembra-nos o autor francês que o Papa Paulo VI simplesmente retirara o tema da contracepção da pauta do Concílio Vaticano II, confiando-o a uma Comissão “especializada”: a Comissão para o Estatuto dos Problemas da População, da Família e da Natalidade (nome altamente sugestivo, prolixo e dúbio, como sói acontecer com o Magistério desde os "ventos de modernidade" da época do Concílio).
A contraposição entre a Humanæ Vitæ, de Paulo VI, e a Casti Conubii de Pio XII, no texto de Marie-Dominique, tem um caráter de prova documental da mudança do Magistério no tocante ao matrimônio cristão. Tem caráter de evidência.
O que nos espera, a partir de agora, é algo que a minha fértil imaginação não alcança...