Sidney Silveira
Meu irmão acaba de voltar de Paris e me regala com a foto acima do quadro O Triunfo de Santo Tomás, de Benozzo Gozzoli, que está no Louvre. Olhar o quadro assim na parede, com a moldura, emocionou-me, pois estou acostumado apenas a vê-lo na internet. Esse painel ficava na parte traseira da poltrona do Bispo de Pisa — na catedral daquela cidade italiana —, antes de parar no Louvre. Apenas não confundamos, por causa do título, essa imagem com o afresco renascentista intitulado O Triunfo de Santo Tomás sobre os heréticos, de Filippino Lippi (filho de Filippo Lippi, outro grande nome da época), a segunda das pinturas acima. Este último encontra-se na Igreja de Santa Maria sopra Minerva, único templo gótico de Roma, pertencente aos dominicanos. As duas iconografias já ilustraram outros textos do Contra Impugnantes. Há ainda outro afresco intitulado O Triunfo de Santo Tomás, na basílica dominicana de Santa Maria Novella, em Florença (a primeira das três obras acima), na chamada capela espanhola, inserido num contexto de imagens que mostram a Igreja militante e a Igreja triunfante.
Em tempo: No afresco de Lippi, diferentemente do que eu havia afirmado de forma errônea noutra ocasião, as quatro figuras femininas ao lado do Aquinate não são as virtudes cardeais, mas representam a filosofia, a astronomia, a teologia e a gramática.