Sidney Silveira
No próximo dia 26 de outubro, acontecerá em Roma o primeiro colóquio entre representantes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X – FSSPX e autoridades vaticanas — conforme informou ontem o Pe. Frederico Lombardi, na Sala de Imprensa da Santa Sé. O encontro acontecerá no Palácio do Santo Ofício, e dele participarão o secretário da Comissão Ecclesia Dei, mons. Guido Pozzo; o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria Ferrer, SJ; o vigário geral do Opus Dei, Fernando Ocáriz; e Charles Morerod, secretário da Comissão Teológica Internacional, a famosa CTI, além de algumas outras autoridades vaticanas. Do outro lado estarão os representantes da FSSPX.
No próximo dia 26 de outubro, acontecerá em Roma o primeiro colóquio entre representantes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X – FSSPX e autoridades vaticanas — conforme informou ontem o Pe. Frederico Lombardi, na Sala de Imprensa da Santa Sé. O encontro acontecerá no Palácio do Santo Ofício, e dele participarão o secretário da Comissão Ecclesia Dei, mons. Guido Pozzo; o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Luis Ladaria Ferrer, SJ; o vigário geral do Opus Dei, Fernando Ocáriz; e Charles Morerod, secretário da Comissão Teológica Internacional, a famosa CTI, além de algumas outras autoridades vaticanas. Do outro lado estarão os representantes da FSSPX.
O conteúdo do encontro terá caráter “estritamente reservado”, embora esteja prevista a comunicação de uma nota ao término do colóquio, como informaram várias agências noticiosas.
Pois muito bem. A FSSPX é uma espécie de último bastião doutrinal da Tradição, uma trincheira da defesa da fé que preservou sem retoques a doutrina de sempre, pois não fez concessões ao modernismo condenado solenemente por Pio X na Pascendi — e que invadiu a Igreja após o Vaticano II, como ninguém pode negar sem que o faça em duas situações específicas: ou por ignorância ou por consciência culpável, pois os frutos do modernismo são evidentíssimos. Devemos rezar para que, a partir deste primeiro colóquio, a FSSPX tenha a firmeza para manter a sua coerência, a sua postura, a sua solidíssima posição doutrinal e, enfim, a sua fé íntegra — que tantos frutos ainda dá para a Igreja em crise.
E rezar também para que, acima de tudo, seja feita a vontade de Deus. Até porque é muito bom ter em vista o que diz profeticamente São Paulo na Epístola aos Tessalonicenses (II, 2, 3-4): “Primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se volta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de assentar-se no Templo de Deus (templo Dei, na Vulgata Latina), e apresentar-se como se fosse Deus”.
Esta passagem da Sagrada Escritura deve ser meditada pelos amantes da Tradição que sonham com uma Restauração Católica no mundo apóstata e liberal em que vivemos — numa espécie de desejo milenarista. Mas será essa a vontade de Deus?
Ora, comentando aquela passagem de São Paulo, na qual se afirma que o Anticristo tomará assento no Templo de Deus, pergunta-se Santo Tomás: “Mas em que templo? (Sed in quo templo?). Responde o Doutor Angélico que o Templo, de acordo com alguns, é a Igreja, porque muitos eclesiásticos receberão o Anticristo (quia multi de Ecclesia eum recipient). (Santo Tomás, Super II Epistolam B. Pauli ad Thessalonicenses lectura, Caput 2, Lectio 1).
É assustador ler essa interpretação numa obra do Doutor Comum da Igreja. Entreguemo-nos, pois, a Deus com confiança.