quinta-feira, 1 de outubro de 2009

...e o Verbo se fez carne


Sidney Silveira
Sem a Graça, o homem no atual estado decaído não passa de um feixe de paixões e taras — tendente aos piores erros e vícios. Um fumo de orgulho e de vaidades tolas. Nesta miserável condição, era necessário que o Verbo Encarnado, Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, Luz de Luz, Deus de Deus, descesse do Céu e se deixasse humilhar para que fôssemos exaltados e resgatados pelo seu Sangue. Com essa divina humildade Ele esmagou a nossa humana soberba e nos conduziu ao conhecimento da perfeição para a qual fomos criados. Armou-nos para a luta contra o pecado, que nos afasta de Deus. Em verdade, sem a Encarnação do Verbo seria impossível sairmos do buraco. Daí dizer Santo Tomás:

“À 'razão de bem' (ad rationem boni) pertence o comunicar-se. (...) Por conseguinte, pertence à razão de bem sumo o comunicar-se sumamente. E esta comunicação soberana se dá quando Deus une a si a natureza criada”. (Suma Teológica, III, q. 1, a.1, De convenientia incarnationis)

Deus caritas est, e por esse sumo amor redime a criatura por ele amada, feita à sua imagem e semelhança. Esta é, a propósito, a diferença entre o Cristianismo (ou seja: a Igreja) e todas as outras religiões: ela é a única verdadeira e integalmente teomórfica, pois foi fundada pelo próprio Deus, que lhe deu a forma, prescreveu os fins e instituiu os meios convenientes e adequados para lográ-los, de acordo com a Sua vontade. Muitas daquelas que, por analogia, chamamos "religiões" não passam de antropomorfizações mais ou menos envernizadas. Algumas são inclusive capazes de nos manter afastados de Deus pela estrita e ascética observância de ritos, práticas ou “tradições”...

É o que nos aponta este simples, belo e pedagógico vídeo.