Sidney Silveira
Após o VIII Encontro Internacional de Estudos Medievais – EIEM, por estes dias, em um agradável almoço em casa do meu irmão, o Prof. Ricardo da Costa, com o principal historiador espanhol da atualidade, o Prof. José Enrique Ruiz-Domènec (um escritor notavelmente prolífico), falávamos entre outras coisas sobre a Inquisição espanhola — tendo como base o seu livro Isabel, la Católica. Decerto tínhamos uma avaliação global da Inquisição bastante distinta, senão diametralmente oposta, mas, ao contrário das discussões que acontecem com intelectuais brasileiros — mormente se são católicos liberais que impugnam a verdade conhecida com a maior cara-de-pau, para defender sabe Deus que interesses políticos —, as divergências acabaram por se tornar um diálogo fecundo e, ademais, bastante inspirador para mim.
Após o VIII Encontro Internacional de Estudos Medievais – EIEM, por estes dias, em um agradável almoço em casa do meu irmão, o Prof. Ricardo da Costa, com o principal historiador espanhol da atualidade, o Prof. José Enrique Ruiz-Domènec (um escritor notavelmente prolífico), falávamos entre outras coisas sobre a Inquisição espanhola — tendo como base o seu livro Isabel, la Católica. Decerto tínhamos uma avaliação global da Inquisição bastante distinta, senão diametralmente oposta, mas, ao contrário das discussões que acontecem com intelectuais brasileiros — mormente se são católicos liberais que impugnam a verdade conhecida com a maior cara-de-pau, para defender sabe Deus que interesses políticos —, as divergências acabaram por se tornar um diálogo fecundo e, ademais, bastante inspirador para mim.
O resultado dele veremos mais adiante (após o lançamento do livro Raimundo Lúlio e as Cruzadas, cuja revisão está no fim) numa série de textos paralela ao tema das Relações Igreja-Estado, que terá como espinhoso assunto a Inquisição — tendo como base a mesma rainha Isabel, a Católica, personagem histórica simplesmente extraordinária. Por ora, fiquemos com algumas considerações iniciais do Nougué, feitas em uma palestra em Salvador, sobre o tema da Inquisição.
Em tempo: A derrota é, humanamente, certa e certíssima, pois o adversário é poderoso, organizado e atua em várias frentes. Mas a única chance de combate local, ou seja, em terras brasileiras, (ainda que com um desigual confronto de forças e mesmo sabendo-se de antemão que, no máximo, se poderão vencer algumas batalhas, mas não a guerra) é a formação, ao longo dos próximos anos, de uma intelectualidade católica. Uma intelectualidade solidamente formada pelo estudo do Magistério, dos escritos dos Santos Doutores e da filosofia e teologia consagradas solenemente pela Igreja como suas: as de Santo Tomás de Aquino — embora a Fides et Ratio do Papa João Paulo II frisasse que a Igreja não opta por nenhuma filosofia em particular, em detrimento de outras. Mas a esta opinião voltaremos noutro texto, quando abordarmos o que diz a doutrina sobre os graus de autoridade magisterial, de acordo com a expressa intenção com que são formulados pela autoridade eclesiástica.