(Fra Angelico)
A nossa gratidão é eterna a este que Deus escolheu como instrumento principal da nossa tardia conversão. Neste dia, vale ler (orantemente) essa linda prece escrita pelo Angélico a respeito do mistério divino da entrega amorosa de Deus àqueles a quem dignou salvar.
Sidney Silveira
Amigos, hoje é dia de Santo Tomás de Aquino!
Obviamente, não poderíamos deixar de registrar a data da festa deste eminentíssimo Doutor da Igreja — “o mais santo dos sábios e o mais sábio dos santos”.
A nossa gratidão é eterna a este que Deus escolheu como instrumento principal da nossa tardia conversão. Neste dia, vale ler (orantemente) essa linda prece escrita pelo Angélico a respeito do mistério divino da entrega amorosa de Deus àqueles a quem dignou salvar.
Adoro te deuote
Te deuote laudo, latens ueritas,
te que sub his formis uere latitas.
Tibi se cor meum totum subicit,
quia te contemplans totum deficit.
Visus, tactus, gustus in te fallitur,
set auditu solo tute creditur.
Credo quicquid dixit dei filius,
nichil ueritatis uerbo uerius.
In cruce latebat sola deitas,
set hic latet simul et humanitas.
Ambo uere credens atque confitens,
peto quod petiuit latro penitens.
Plagas sicut Thomas non intueor,
deum tamen meum te confiteor.
Fac me tibi semper magis credere,
in te spem habere, te diligere.
O memoriale mortis domini,
panis uiuus uitam prestans homini.
Presta michi semper de te uiuere,
et te michi semper dulce sapere.
Pie pellicane, Ihesu domine,
me immundum munda tuo sanguine.
Cuius una stilla saluum facere,
totum mundum posset omni scelere.
Ihesu, quem uelatum nunc aspicio,
quando fiet illud quod tam sicio?
Vt te reuelata cernens facie,
uisu sim beatus tue glorie.
te que sub his formis uere latitas.
Tibi se cor meum totum subicit,
quia te contemplans totum deficit.
Visus, tactus, gustus in te fallitur,
set auditu solo tute creditur.
Credo quicquid dixit dei filius,
nichil ueritatis uerbo uerius.
In cruce latebat sola deitas,
set hic latet simul et humanitas.
Ambo uere credens atque confitens,
peto quod petiuit latro penitens.
Plagas sicut Thomas non intueor,
deum tamen meum te confiteor.
Fac me tibi semper magis credere,
in te spem habere, te diligere.
O memoriale mortis domini,
panis uiuus uitam prestans homini.
Presta michi semper de te uiuere,
et te michi semper dulce sapere.
Pie pellicane, Ihesu domine,
me immundum munda tuo sanguine.
Cuius una stilla saluum facere,
totum mundum posset omni scelere.
Ihesu, quem uelatum nunc aspicio,
quando fiet illud quod tam sicio?
Vt te reuelata cernens facie,
uisu sim beatus tue glorie.
Adoro te Devote
Eu te adoro com afeto, Deus oculto,
que te escondes nestas aparências.
A ti sujeita-se o meu coração por inteiro
e desfalece ao te contemplar.
A vista, o tato e o gosto não te alcançam,
mas só com o ouvir-te firmemente creio.
Creio em tudo o que disse o Filho de Deus,
nada mais verdadeiro do que esta Palavra da Verdade.
Na cruz estava oculta somente a tua divindade,
mas aqui se esconde também a humanidade.
Eu, porém, crendo e confessando ambas,
peço-te o que pediu o ladrão arrependido.
Tal como Tomé, também eu não vejo as tuas chagas,
mas confesso, Senhor, que és o meu Deus;
faz-me crer sempre mais em ti,
esperar em ti, amar-te.
Ó memorial da morte do Senhor,
pão vivo que dás vida ao homem,
faz que meu pensamento sempre de ti viva,
e que sempre lhe seja doce este saber.
Senhor Jesus, terno pelicano,
lava-me a mim, imundo, com teu sangue,
do qual uma só gota já pode
salvar o mundo de todos os pecados.
Jesus, a quem agora vejo sob véus,
peço-te que se cumpra o que mais anseio:
que, vendo o teu rosto descoberto,
seja eu feliz contemplando a tua glória.
Em tempo: Alguns professores contemporâneos, com argumentos pífios, pretendem pôr em dúvida a autoria desta oração — e dizem tratar-se de ignoti auctoris. Mas ela consta dos mais abalizados catálogos antigos e modernos como sendo do nosso amado Doutor Comum. Sem dúvida alguma, ela é de Santo Tomás.
Eu te adoro com afeto, Deus oculto,
que te escondes nestas aparências.
A ti sujeita-se o meu coração por inteiro
e desfalece ao te contemplar.
A vista, o tato e o gosto não te alcançam,
mas só com o ouvir-te firmemente creio.
Creio em tudo o que disse o Filho de Deus,
nada mais verdadeiro do que esta Palavra da Verdade.
Na cruz estava oculta somente a tua divindade,
mas aqui se esconde também a humanidade.
Eu, porém, crendo e confessando ambas,
peço-te o que pediu o ladrão arrependido.
Tal como Tomé, também eu não vejo as tuas chagas,
mas confesso, Senhor, que és o meu Deus;
faz-me crer sempre mais em ti,
esperar em ti, amar-te.
Ó memorial da morte do Senhor,
pão vivo que dás vida ao homem,
faz que meu pensamento sempre de ti viva,
e que sempre lhe seja doce este saber.
Senhor Jesus, terno pelicano,
lava-me a mim, imundo, com teu sangue,
do qual uma só gota já pode
salvar o mundo de todos os pecados.
Jesus, a quem agora vejo sob véus,
peço-te que se cumpra o que mais anseio:
que, vendo o teu rosto descoberto,
seja eu feliz contemplando a tua glória.
Em tempo: Alguns professores contemporâneos, com argumentos pífios, pretendem pôr em dúvida a autoria desta oração — e dizem tratar-se de ignoti auctoris. Mas ela consta dos mais abalizados catálogos antigos e modernos como sendo do nosso amado Doutor Comum. Sem dúvida alguma, ela é de Santo Tomás.