Sidney Silveira
Alguns amigos, que conhecem muito bem o meu caráter, repassaram-me agora pela manhã uma mensagem de uma Srª. ligada a um grupo católico de São Paulo, na qual ela afirma, de um modo enviesado, que eu “articulei” a ida do Pe. Leonardo Holtz para a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, conclusão tirada do simples anúncio, aqui no blog, da saída do referido sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro para ingressar em águas doutrinariamente sãs, como são as da FSSPX. Deus do céu, que pecado mortal!!!! Pecado de detração e de calúnia. Pecado que retira no ato a graça. Espero, de coração, que a dita Srª. se arrependa e confesse a Deus, por meio do seu diretor espiritual (se o tem), tal ato caluniador contra a minha insignificante pessoa, e isto não por mim — que nem a conheço e, desde já, a perdôo —, mas para entrar novamente na graça, que é inchoatio gloriæ.
Só menciono de público isto aqui porque não sei a quantas pessoas chegou a calúnia, e porque, a esta altura da minha vida, não vejo razão para levar uma pecha que simplesmente não me cabe: a de articulador dos destinos espirituais alheios.
Para a devida informação desta Srª. e de todas as pessoas que a leram, digo o seguinte: até a sexta-feira em que o Pe. Holtz veio a minha casa para benzer uma estátua de Sto. Tomás de Aquino, eu sequer o conhecia!!!! Nunca, jamais, em tempo algum, eu o tinha visto, falado com ele ao telefone ou trocado emails. Foi por intermédio de um amigo (que sequer é da FSSPX, e nem pertence a qualquer grupo ou seita dos que pululam na Igreja hoje, após a tragédia conciliar e pós-conciliar) que bondosamente o Pe. Holtz veio a minha casa fazer a bênção, e a ele muito agradeço por isto. Na ocasião, ele falou-me dos seus motivos para dar este passo rumo à FSSPX, e eu os compreendi totalmente — e com eles concordei, integralmente. Mas, ao contrário do que afirmou esta mulher que sequer conheço, não tive a mais remota participação nisto, até porque a decisão já estava tomada e comunicada ao Arcebispo do Rio de Janeiro. Portanto, dizer que eu “articulei” a ida do Pe. Holtz para a FSSPX é pura e simples mentira caluniosa, um testemunho falso. Pecado mortal, por ser frontalmente contrário ao Oitavo Mandamento, ainda que a pessoa detratada seja um zé-ninguém como eu. Se nisto eu estiver mentindo, que Deus me condene ao inferno!
Vale no entanto fazer uma advertência: para qualquer pessoa com dois neurônios solitários — que seja leitora dos textos do Contra Impugnantes, dos livros da Sétimo Selo e que acompanhe as nossas aulas em vídeo —, nunca houve a mais ínfima sombra de dúvida de que tanto eu como o Prof. Nougué apoiamos doutrinariamente a FSSPX, embora a ela não pertençamos formalmente. A única chance de que deixássemos esta posição pessoal seria se ocorresse um acordo da Fraternidade com as autoridades romanas que fosse contrário à Tradição. Coisa que, depois de Assis III, da beatificação a jato de J. Paulo II y otras cositas más, queira Deus não ocorra, pois a resistência católica se perderia totalmente.
Agora, um conselho (sobretudo aos jovens que buscam aprofundar a sua fé): não participem de nenhuma dessas listas de discussão de internet, que não levam a absolutamente nada, ou melhor: muitas vezes são ocasião de pecados graves e de fomento a seitas ou grupos que não conseguem pensar senão contemplando o próprio umbigo. Estudem. Estudem. Estudem com a liberdade que Deus deu à sua vontade e pedindo-Lhe luzes para a inteligência. E sejam simples como as pombas e prudentes como as serpentes, pois estamos numa babel intraeclesiástica diabólica.
Por fim, a esta Srª. cujo nome não cito para não alimentar mais querelas, reitero: nada fiz do que afirma. Nada articulei. Sequer conhecia o Pe. Holtz até a última sexta-feira. Apenas o ouvi por ocasião de sua cortês visita à minha casa, e concordei inteiramente com a sua decisão. E digo mais: eu teria chegado à mesma conclusão antes. Mas de uma coisa a Srª. pode acusar-me: de não ser um avestruz com a cabeça metida na lama... Mas jamais, como a Srª. escreveu a uma dessas listas de discussão, de “articulador do fim da primeira paróquia pessoal do rito antigo no Brasil”.
O que escrevo agora é com o coração serenamente fito em Nossa Senhora, minha Mãe, minha Protetora. Dito isto, sigamos em frente.