quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sobre unidade e multiplicidade

Sidney Silveira
Enquanto os relativismos moral e ético-político (essencialmente liberais) atuam com uma espécie de sinergia negativa, aglutinando toda a sorte de elementos desagregadores, voláteis e tendentes ao caos, a visão de mundo católica concentra e orienta os valores a partir de um sentido transcendental, teocêntrico, sagrado, único capaz de restaurar os valores verdadeiramente humanos e dar sentido de unidade às sociedades — sentido catalisador de certezas a partir da divina fonte de todas as certezas: a Verdade revelada (certa e indubitável), tábua de salvação para os homens. Isto é o que mais ou menos afirma, neste texto, André F. Falleiro Garcia, do Site da Sacralidade, que gentilmente reproduz o nosso mini-artigo alusivo a Santo Antônio, Doctor Evangelicus cuja bela imagem acima foi retirada do mesmo Site da Sacralidade.

Essa orientação fundamental (entre a multiplicidade profana, de um lado, e a unidade sagrada, de outro) irradia sobre toda a vida material e espiritual, tanto dos indivíduos como das coletividades. No caso do Ocidente contemporâneo, a orientação vigente (pluralista, democratista e libertária) é o fruto nefasto da perda do sentido de unidade e de sacralidade — grande legado de dois séculos de liberalismo. Obra dos infernos.
Em tempo: Ainda a propósito do extraordinário Santo Antônio de Lisboa, vale dizer que toda a sua vida foi uma busca ardorosa de Deus, uma ascese orientada ao amplexo místico de sua alma com o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Voltaremos ao tema, noutra oportunidade.