segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Importância da magnanimidade para o estudo da filosofia




Sidney Silveira

O magnânimo (do latim "magnus animus") é o sujeito psiquicamente predisposto a realizar obras grandiosas, e para tanto faz a seguinte profilaxia: antes de tudo, foge dos elogios fáceis, das adulações e dos tapinhas nas costas como o diabo foge da cruz, pois enxerga com meridiana clareza o ridículo da vanglória, verdadeira praga que pode corroer de maneira insidiosa as realizações às quais se sente chamado — por possuir com elas certa conaturalidade. 


Quantas vocações intelectuais se frustram por não serem temperadas pela virtude da magnanimidade, sobretudo entre jovens de notável potencial! Para estes, a melhor fortuna é encontrar um mestre sábio e prudente que os faça PROGREDIR SEM PASSAR PELA ARROGÂNCIA, porque quando tal coisa acontece é muito difícil depois reaprumar a alma, sobretudo se se trata de vocação filosófica. 

Ordenar, pois, os estudos como quem decodifica uma variante do xadrez — ou seja, com paciência e clara visão dos fins buscados — e ao mesmo tempo exercitar-se na virtude da humildade: eis aqui os dois primeiros degraus para quem pretenda construir algo de real valor, independentemente do sucesso ou do insucesso de seu labor aos olhos dos contemporâneos. 

A quem porventura se interesse por entender os benefícios da magnanimidade como virtude sanatória da inteligência, indico os OITO ARTIGOS da Questão 129 da IIªIIª da "Suma Teológica" de Tomás de Aquino, assim como o livro "Orden Natural y Orden Moral, de Alberto Caturelli.

Vale neste ponto uma advertência, apenas: magnanimidade e humildade andam juntas, mas só pode ser de fato humilde quem é capaz de suportar a solidão moral, ou, noutras palavras, não se sentir triste ou incomodado por remar contra a maré. 

Por isso, a regra número 1 é fugir às patotas e às curriolas. 

Sobre a humildade, remeto os leitores do Contra Impugnantes a um pequeno vídeo disponibilizado no Youtube em 2012: