Sidney Silveira
Respondo primeiramente com Napoleão Mendes de Almeida:
"Como respeitar a idéia de quem não respeita o idioma em que a expõe? É difícil aceitar qualquer princípio sem a aplicação das regras gramaticais; torna-se ele inconsistente, quando não falso, diante da fraqueza da linguagem. A própria narração jornalística de um fato afigura-se falha de crédito quando o relator mostra inverdades de linguagem.
Hífen que liga o passado com o presente, o presente com o futuro, traço de união de civilizações, a gramática ensina-nos a prática de um idioma, incutindo-nos tanto maior respeito quanto maior organização política tem o povo cujo idioma ela ordenadamente expõe".
Acrescento:
Querem essas palavras de Napoleão Mendes de Almeida dizer que a gramática é panacéia para a resolução dos problemas sociais e políticos de um povo? Resposta: "Não". Mas ela é o primeiro passo ordenador da estrutura da linguagem, que, por sua vez, é veículo de conceitos e pensamentos abstratos.
Portanto, aprender a concatenar as próprias idéias com ordem — o que é impossível sem o conhecimento mínimo da ciência normativa da linguagem — é uma espécie de dever cívico, antídoto contra os slogans ideológicos simplistas vomitados da boca de farsantes como se fossem o âmago do saber.
O curso de Sergio Pachá pelo Instituto Angelicum, no entanto, não será de gramática, mas passará pela gramática, no seguinte sentido: nele serão tratadas questões direta e indiretamente atinentes ao falar e ao escrever em português com correção, clareza e beleza.
Isto não me parece pouco, num país que vem mostrando cotidianamente como a selvageria anda de braços dados com a língua inventada pelos demagogos e engenheiros sociais.
P.S. Se todo este arrazoado tem conteúdo verdadeiro, talvez valha a pena inscrever-se no curso "A Língua Absolvida", no site do Instituto Angelicum, em: