Sidney Silveira
“O humanismo católico (pós-conciliar) valoriza a razão frente à Revelação, a filosofia frente à teologia, tendendo ao racionalismo; e valoriza a natureza frente à graça (...), tendendo ao naturalismo. Por estas e outras razões o humanismo (católico) considerará como valor supremo da pessoa humana a liberdade, mas não a liberdade entendida como faculdade de eleger os meios em ordem ao bem verdadeiro (...), mas a liberdade como faculdade de eleger entre o bem e o mal”.
Após esse trecho luminoso do livro Prometeu – A Religião do Homem, o Pde. Álvaro Calderón nos mostra o quão funesta é tal concepção de liberdade. Isto porque o homem busca necessariamente a felicidade sub ratione boni, ou seja, na forma intelectiva de um bem, mesmo quando age mal. Sem isso não tem sentido falar em livre-arbítrio e muito menos de fim último, na medida em que para a vontade escolher os meios é preciso, antes de tudo, conhecer o fim. E, no caso de que se trata, o fim se conhece porque o própio Deus o revelou.