quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Crítica do sedevacantismo (IIa)

Carlos Nougué


Dando continuidade à série sobre o sedevacantismo [cuja primeira parte se pode ler em Crítica do sedevacantismo (I)], publica-se agora o primeiro de quatro artigos do sacerdote italiano d. Curzio Nitoglia sobre o assunto, mais especialmente sobre a corrente sedevacantista que defende a Tese de Cassiciacum (da qual o próprio d. Curzio fizera parte).


Não concordo precisamente com tudo o que diz o sábio sacerdote; é pública minha adesão à tese do Padre Álvaro Calderón exposta em seu A Candeia Debaixo do Alqueire, com a qual o artigo que se publica hoje não converge plenamente. Isso porém pouco importa aqui, e por triplo motivo:


1) antes de tudo, porque tal não convergência não me parece insuperável;


2) depois, porque, ainda que o seja, o artigo do sacerdote italiano não deixa de ter grande profundidade e sabedoria teológicas (de parte da qual, como se verá, me valerei na série sobre a política segundo Santo Tomás de Aquino);


3) por fim, porque, para os efeitos desta série, o artigo de d. Curzio vale sobretudo por ser o que poderia constituir seu título: “Um chamado à prudência”.


Leiam-no e comprovem por si mesmos.




_______________



A “TESE DE CASSICIACUM” É


AINDA ABSOLUTAMENTE CERTA?



DON CURZIO NITOGLIA


Velletri, 6 de julho de 2008


http://www.doncurzionitoglia.com/TesIncerta.htm


[Tradução: Gederson Falcometa]


Advertência




Tendo abandonado – publicamente – as conclusões juridicas da “Tese de Cassiciacum” (7-8 de dezembro de 2006) para chegar ao “Sim Sim Não Não” em Veletri (7 de janeiro de 2007), senti-me, desde então, no dever de explicar as razões da minha mudança. Trabalhei este pequeno escrito há muito tempo e ponho aqui o “resumo” como “uma hipótese de Veletri” [1]. Eu refleti – informalmente já a partir do fim de 2003 (e desde o final de 1990, as consequências práticas e jurídicas que alguns “guerardianos” tiravam da “Tese de Cassiciacum” me preocupavam e me deixavam com dúvidas). Só em agosto de 2007 (depois de longa – talvez demasiada longa – ponderação) deixei, também formalmente, a “Tese de Cassiciacum”, à qual aderira por muitos anos. Eu não queria publicar esta página, para não pertubar ainda mais os fiéis, falando de questões “tremendas” (comparáveis ao dogma da “Predestinação”) e que superam a capacidade dos não “especialistas” em teologia (tais argumentos podem ser abordados “na escola” e não pregados aos simples fiéis)[2], mas cada vez mais fiéis me têm aconselhado a tornar pública as razões da minha decisão, sendo eu um sacerdote e pois uma pessoa “pública”, para evitar todo equívoco. Somente com esta intenção vou divulgar este escrito, sem nenhuma pretensão, nem ameaça de apostasia para quem não está de acordo. Lembrem-se (sobretudo para mim e para os outros) as palavras de Dante:


(continue lendo)