Sidney Silveira
Diz o Aquinate que o magnânimo tende às coisas grandiosas, enquanto o pusilânime, pela pequenez de sua têmpera, renuncia às coisas mais elevadas (cfme. Suma Teológica, IIªIIª, q. 133, art.2, resp.). Essa renúncia é em si mesma pecado mortal, na medida em que o nosso coração foi feito por Deus para as coisas sublimes — razão pela qual, muitas vezes, a pusilanimidade é a direta conseqüência daquilo que, na Idade Média, se tinha por hábito chamar de pecado da acídia: o fastio em obrar as coisas boas. Trata-se, na verdade, de uma espécie de anorexia espiritual por meio da qual alguém mostra inapetência e aborrecimento pela própria excelência. É a atitude do “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. A acídia é, em poucas palavras, a tristeza causada pelos bens espirituais outorgados por Deus, uma situação dramática em que a alma simplesmente não consegue suportar os dons que possui e as coisas que, por meio deles, é chamada a realizar — atitude refletida, entre outras coisas, na mais abjeta pusilanimidade. Cristo dá o exemplo de quão condenável é essa atitude ao referir-se ao servo pusilânime que enterrara o seu talento, em vez de multiplicá-lo:
“A esse servo inútil jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt. XXV, 30).
A acídia acarreta vícios tremendos, razão pela qual é pecado capital. De acordo com São Gregório Magno, além da pusilanimidade as filhas da acídia são o rancor, a malícia, o desespero, a indolência com relação aos mandamentos e, por fim a divagatio mentis, ou seja: a dissipação da mente em coisas ilícitas ou simplesmente fúteis. A propósito, abro aqui um parêntese para dizer o seguinte: quando, num artigo escrito a pedido de um amigo, referi-me ao filósofo boca-suja, esqueci-me de aduzir, como elemento corroborante à tese dialeticamente demonstrada, que, além e acima de tudo, a língua má reflete essa indolência para com os mandamentos — em particular o mandamento da caridade. Isto porque o boca-suja maldizente acaba tornando-se motivo de escândalo para o próximo, pedra de tropeço que induz à ruína espiritual. Se fosse mesmo filósofo, em qualquer situação a linguagem do nosso arquetípico boca-suja estaria nivelada pelo hábito mental da verdade (que distingue o verdadeiro filósofo do parlapatão pretensioso), e não por um palavreado típico de rufiões metidos num prostíbulo. Esse tipo de malícia mesclada de exasperação é, também, um claro sintoma da acídia.
Mas voltemos ao tema da pusilanimidade, preâmbulo do que se dirá a seguir. Em muitas ocasiões, em conversas com amigos católicos neoconservadores (perdoem-me por não lhes achar um apelido mais adequado), tristemente percebi que, por trás da sua incapacidade de ver o óbvio com relação à crise pós-conciliar da Igreja, estava essa atitude acabrunhada, medrosa, típica de quem renunciou às coisas mais excelentes por uma falsa prudência; aquela mesma prudência da carne que, segundo o Apóstolo, é a morte (Rm. VIII, 6), e da qual Santo Tomás, comentando esta passagem da Escritura, afirma: o falso prudente dispõe adequadamente dos meios para lograr um fim mau (Suma, IIªIIª, q.47, art.13, resp.). Esta conclusão se impôs a mim como evidência absoluta, na medida em que esses amigos, não encontrando argumentos para as objeções que lhes eram feitas, acabavam cedendo nas premissas, mas recusando a conclusão — o que é contrário ao movimento natural da inteligência em seu caminho rumo à verdade: expandir-se. Ou então diziam: “Vou estudar isto e depois volto para discutir”. Mas não voltavam, para minha tristeza, pois se eu estivesse errado tudo o que queria era ser corrigido.
Faziam eles, nestas ocasiões, aquilo que os especialistas em Teologia Moral chamam de restrição mental estrita, que é quando um homem literalmente restringe essa expansão natural da mente para, consciente ou semiconscientemente, omitir uma parte essencial da verdade. Isto ficava patente conforme iam cedendo em um argumento após outro, mas buscavam novos em profusão interminável, sem se dar conta de que com isto a sombra benévola da verdade os ia cobrindo cada vez mais, pois não é necessário multiplicar ad infinitum uma demonstração para estabelecer esse acordo entre a inteligência e as coisas a que chamamos verdade. Basta um só teorema probante. Mas quando nem mesmo a avalanche de evidências é levada em conta, a coisa fica difícil.
Na maioria desses casos de que tive a oportunidade de participar, tal atitude era alimentada por uma má-compreensão do que seja a autoridade eclesiástica, quais são os seus limites, as suas balizas, o seu objeto, os seus fins, e o que nos cabe fazer quando estes se desvirtuam. Faltava a estes amigos a compreensão de que a Hierarquia é serva da verdade — especificamente das verdades da fé que deve proclamar e defender magisterialmente —, e não o contrário. Faltava-lhes também o estudo dos princípios que regem o Magistério e a noção de que, se a fé está em risco por conta de algum erro patente ou omissão em matéria grave, a Hierarquia pode e deve ser chamada a atenção pelos integrantes do corpo discente da Igreja capacitados para tanto, inclusive os leigos. Isto certamente em situações excepcionalíssimas, como a atual, e sempre com moderação e espírito caritativo (e não, obviamente, com o método sujo do boca-suja).
Aludi a estas coisas para mencionar um encontro que tive recentemente aqui no Rio de Janeiro com o Prof. Orlando Fedeli, a quem não conhecia pessoalmente — o que me motivou a escrever o presente texto. Esses amigos de quem falei preferem ver o diabo a ver o Prof. Orlando; é uma ojeriza tão espetacular que a simples menção ao nome do homem acarreta uma série de comentários terríveis, muxoxos, erupções epidérmicas, murmurações e até xingamentos. De um padre ouvi, por exemplo, que o Prof. Orlando considera-se o “único católico do mundo”. De outro padre, comentando umas excentricidades que estavam sendo livremente ensinadas por um professor do Instituto Superior de Direito Canônico do Rio, a coisa foi pelo mesmo diapasão (e o incrível é que, nestes dois casos específicos, o nome de Fedeli foi trazido à baila pelos sacerdotes sem que eu lhe fizesse qualquer menção). Ser amigo desse homem parece algo muito perigoso, pois pode acarretar sanções eclesiásticas... No meu caso, já há tanta gente querendo devorar-me o fígado que, a esta altura, isto não me preocupa.
Diga-se, a propósito, que tenho algumas divergências marcantes com o Prof. Orlando, a maior parte delas em relação à interpretação da crise que atualmente assola a Igreja. Mas não considero isto, em si, um problema maior, pois divergências e até rusgas entre cristãos sempre houve: São Jerônimo, homem de gênio difícil, dizia às vezes a Santo Agostinho: “Cala a boca, burro!”; São Bernardo, ao saber que o sobrinho Roberto se transferiria para o mosteiro de Cluny, do qual era abade o seu amado desafeto Pedro, O Venerável, escreveu ao jovem dizendo temer a perdição eterna dele; e fiquemos por aqui para não nos estendermos por demais. O fato é que a susceptibilidade eriçada e politicamente correta dos dias atuais transforma divergências em inimizades irrevogáveis. E este não é, definitivamente, o meu caso com o Prof. Orlando Fedeli.
Ademais, penso ser muito importante reconhecer, de público, algumas coisas:
1- quando ninguém no Brasil, fora dos pequenos grupos ligados à FSSPX ou entre os sedevacantistas, defendia a Missa Tridentina — que era dita “cismática” pelos modernistas de todas as colorações, dentro e fora dos Seminários —, o Prof. afirmava em seu visitadíssimo site que ela jamais fora ab rogada (o que foi confirmado pelo Papa Bento XVI);
2- quando muitas pessoas ainda não tinham noção de que o Novus Ordo de Paulo VI era uma espécie de “protestantização” da Missa Católica, o Prof. Orlando corajosamente brandia essa tese de forma veemente, dando ao tema uma importante publicidade entre os fiéis leigos;
3- quando ninguém, fora da FSSPX, ousava criticar a ruptura magisterial que os textos do Vaticano II representavam, ele já o fazia firmemente;
4- quando quase a totalidade das pessoas achava o ecumenismo a oitava maravilha do mundo, o Prof. divulgava em seu site vários documentos do Magistério tradicional que o condenavam solenemente e, também, estudos e artigos em que se apontavam disparates de várias seitas; etc.
Não é inoportuno lembrar que muitos dos críticos do Prof. Orlando servem a interesses de alguns dos incontáveis grupos católicos que hoje fazem da Igreja uma babel de vozes e práticas distintas e/ou opostas entre si; outros mal tiraram as fraldas e se acham “teólogos” católicos sem nunca ter lido uma só linha da obra de Santo Tomás de Aquino, acolhida solenemente pelo Magistério; e, por fim, há também os seus inimigos na própria FSSPX ou em “comunidades amigas” desta, mas por uma questão prudencial reservo-me o direito de não me estender sobre isto.
Já há algum tempo eu me sentia impelido a escrever este depoimento pessoal, mesmo sabendo que com ele eu faria a delícia dos nossos detratores, de um lado e outro, pelo fato de o Prof. Orlando ter tantos inimigos. Mas está feito o que penso ser um ato de justiça para com um homem de quem se dizem muitas coisas, mas não se pode dizer que seja um pusilânime, no sentido acima apontado. Não se pode dizer que seja um timorato oprimido por respeitos humanos.
Para encerrar, indico este vídeo de uma aula dele (dividido em 10 partes) sobre a Revolução Francesa e Napoleão — que todo católico, sem nenhuma exceção, deveria ver. Um primor de aula de História, na medida em que, para ser historiador, não basta compulsar mil documentos em arquivos e livros, mas, após compulsá-los, dar-lhes uma interpretação congruente. E é o que ali faz o Prof. Orlando.
Diz o Aquinate que o magnânimo tende às coisas grandiosas, enquanto o pusilânime, pela pequenez de sua têmpera, renuncia às coisas mais elevadas (cfme. Suma Teológica, IIªIIª, q. 133, art.2, resp.). Essa renúncia é em si mesma pecado mortal, na medida em que o nosso coração foi feito por Deus para as coisas sublimes — razão pela qual, muitas vezes, a pusilanimidade é a direta conseqüência daquilo que, na Idade Média, se tinha por hábito chamar de pecado da acídia: o fastio em obrar as coisas boas. Trata-se, na verdade, de uma espécie de anorexia espiritual por meio da qual alguém mostra inapetência e aborrecimento pela própria excelência. É a atitude do “não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe”. A acídia é, em poucas palavras, a tristeza causada pelos bens espirituais outorgados por Deus, uma situação dramática em que a alma simplesmente não consegue suportar os dons que possui e as coisas que, por meio deles, é chamada a realizar — atitude refletida, entre outras coisas, na mais abjeta pusilanimidade. Cristo dá o exemplo de quão condenável é essa atitude ao referir-se ao servo pusilânime que enterrara o seu talento, em vez de multiplicá-lo:
“A esse servo inútil jogai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt. XXV, 30).
A acídia acarreta vícios tremendos, razão pela qual é pecado capital. De acordo com São Gregório Magno, além da pusilanimidade as filhas da acídia são o rancor, a malícia, o desespero, a indolência com relação aos mandamentos e, por fim a divagatio mentis, ou seja: a dissipação da mente em coisas ilícitas ou simplesmente fúteis. A propósito, abro aqui um parêntese para dizer o seguinte: quando, num artigo escrito a pedido de um amigo, referi-me ao filósofo boca-suja, esqueci-me de aduzir, como elemento corroborante à tese dialeticamente demonstrada, que, além e acima de tudo, a língua má reflete essa indolência para com os mandamentos — em particular o mandamento da caridade. Isto porque o boca-suja maldizente acaba tornando-se motivo de escândalo para o próximo, pedra de tropeço que induz à ruína espiritual. Se fosse mesmo filósofo, em qualquer situação a linguagem do nosso arquetípico boca-suja estaria nivelada pelo hábito mental da verdade (que distingue o verdadeiro filósofo do parlapatão pretensioso), e não por um palavreado típico de rufiões metidos num prostíbulo. Esse tipo de malícia mesclada de exasperação é, também, um claro sintoma da acídia.
Mas voltemos ao tema da pusilanimidade, preâmbulo do que se dirá a seguir. Em muitas ocasiões, em conversas com amigos católicos neoconservadores (perdoem-me por não lhes achar um apelido mais adequado), tristemente percebi que, por trás da sua incapacidade de ver o óbvio com relação à crise pós-conciliar da Igreja, estava essa atitude acabrunhada, medrosa, típica de quem renunciou às coisas mais excelentes por uma falsa prudência; aquela mesma prudência da carne que, segundo o Apóstolo, é a morte (Rm. VIII, 6), e da qual Santo Tomás, comentando esta passagem da Escritura, afirma: o falso prudente dispõe adequadamente dos meios para lograr um fim mau (Suma, IIªIIª, q.47, art.13, resp.). Esta conclusão se impôs a mim como evidência absoluta, na medida em que esses amigos, não encontrando argumentos para as objeções que lhes eram feitas, acabavam cedendo nas premissas, mas recusando a conclusão — o que é contrário ao movimento natural da inteligência em seu caminho rumo à verdade: expandir-se. Ou então diziam: “Vou estudar isto e depois volto para discutir”. Mas não voltavam, para minha tristeza, pois se eu estivesse errado tudo o que queria era ser corrigido.
Faziam eles, nestas ocasiões, aquilo que os especialistas em Teologia Moral chamam de restrição mental estrita, que é quando um homem literalmente restringe essa expansão natural da mente para, consciente ou semiconscientemente, omitir uma parte essencial da verdade. Isto ficava patente conforme iam cedendo em um argumento após outro, mas buscavam novos em profusão interminável, sem se dar conta de que com isto a sombra benévola da verdade os ia cobrindo cada vez mais, pois não é necessário multiplicar ad infinitum uma demonstração para estabelecer esse acordo entre a inteligência e as coisas a que chamamos verdade. Basta um só teorema probante. Mas quando nem mesmo a avalanche de evidências é levada em conta, a coisa fica difícil.
Na maioria desses casos de que tive a oportunidade de participar, tal atitude era alimentada por uma má-compreensão do que seja a autoridade eclesiástica, quais são os seus limites, as suas balizas, o seu objeto, os seus fins, e o que nos cabe fazer quando estes se desvirtuam. Faltava a estes amigos a compreensão de que a Hierarquia é serva da verdade — especificamente das verdades da fé que deve proclamar e defender magisterialmente —, e não o contrário. Faltava-lhes também o estudo dos princípios que regem o Magistério e a noção de que, se a fé está em risco por conta de algum erro patente ou omissão em matéria grave, a Hierarquia pode e deve ser chamada a atenção pelos integrantes do corpo discente da Igreja capacitados para tanto, inclusive os leigos. Isto certamente em situações excepcionalíssimas, como a atual, e sempre com moderação e espírito caritativo (e não, obviamente, com o método sujo do boca-suja).
Aludi a estas coisas para mencionar um encontro que tive recentemente aqui no Rio de Janeiro com o Prof. Orlando Fedeli, a quem não conhecia pessoalmente — o que me motivou a escrever o presente texto. Esses amigos de quem falei preferem ver o diabo a ver o Prof. Orlando; é uma ojeriza tão espetacular que a simples menção ao nome do homem acarreta uma série de comentários terríveis, muxoxos, erupções epidérmicas, murmurações e até xingamentos. De um padre ouvi, por exemplo, que o Prof. Orlando considera-se o “único católico do mundo”. De outro padre, comentando umas excentricidades que estavam sendo livremente ensinadas por um professor do Instituto Superior de Direito Canônico do Rio, a coisa foi pelo mesmo diapasão (e o incrível é que, nestes dois casos específicos, o nome de Fedeli foi trazido à baila pelos sacerdotes sem que eu lhe fizesse qualquer menção). Ser amigo desse homem parece algo muito perigoso, pois pode acarretar sanções eclesiásticas... No meu caso, já há tanta gente querendo devorar-me o fígado que, a esta altura, isto não me preocupa.
Diga-se, a propósito, que tenho algumas divergências marcantes com o Prof. Orlando, a maior parte delas em relação à interpretação da crise que atualmente assola a Igreja. Mas não considero isto, em si, um problema maior, pois divergências e até rusgas entre cristãos sempre houve: São Jerônimo, homem de gênio difícil, dizia às vezes a Santo Agostinho: “Cala a boca, burro!”; São Bernardo, ao saber que o sobrinho Roberto se transferiria para o mosteiro de Cluny, do qual era abade o seu amado desafeto Pedro, O Venerável, escreveu ao jovem dizendo temer a perdição eterna dele; e fiquemos por aqui para não nos estendermos por demais. O fato é que a susceptibilidade eriçada e politicamente correta dos dias atuais transforma divergências em inimizades irrevogáveis. E este não é, definitivamente, o meu caso com o Prof. Orlando Fedeli.
Ademais, penso ser muito importante reconhecer, de público, algumas coisas:
1- quando ninguém no Brasil, fora dos pequenos grupos ligados à FSSPX ou entre os sedevacantistas, defendia a Missa Tridentina — que era dita “cismática” pelos modernistas de todas as colorações, dentro e fora dos Seminários —, o Prof. afirmava em seu visitadíssimo site que ela jamais fora ab rogada (o que foi confirmado pelo Papa Bento XVI);
2- quando muitas pessoas ainda não tinham noção de que o Novus Ordo de Paulo VI era uma espécie de “protestantização” da Missa Católica, o Prof. Orlando corajosamente brandia essa tese de forma veemente, dando ao tema uma importante publicidade entre os fiéis leigos;
3- quando ninguém, fora da FSSPX, ousava criticar a ruptura magisterial que os textos do Vaticano II representavam, ele já o fazia firmemente;
4- quando quase a totalidade das pessoas achava o ecumenismo a oitava maravilha do mundo, o Prof. divulgava em seu site vários documentos do Magistério tradicional que o condenavam solenemente e, também, estudos e artigos em que se apontavam disparates de várias seitas; etc.
Não é inoportuno lembrar que muitos dos críticos do Prof. Orlando servem a interesses de alguns dos incontáveis grupos católicos que hoje fazem da Igreja uma babel de vozes e práticas distintas e/ou opostas entre si; outros mal tiraram as fraldas e se acham “teólogos” católicos sem nunca ter lido uma só linha da obra de Santo Tomás de Aquino, acolhida solenemente pelo Magistério; e, por fim, há também os seus inimigos na própria FSSPX ou em “comunidades amigas” desta, mas por uma questão prudencial reservo-me o direito de não me estender sobre isto.
Já há algum tempo eu me sentia impelido a escrever este depoimento pessoal, mesmo sabendo que com ele eu faria a delícia dos nossos detratores, de um lado e outro, pelo fato de o Prof. Orlando ter tantos inimigos. Mas está feito o que penso ser um ato de justiça para com um homem de quem se dizem muitas coisas, mas não se pode dizer que seja um pusilânime, no sentido acima apontado. Não se pode dizer que seja um timorato oprimido por respeitos humanos.
Para encerrar, indico este vídeo de uma aula dele (dividido em 10 partes) sobre a Revolução Francesa e Napoleão — que todo católico, sem nenhuma exceção, deveria ver. Um primor de aula de História, na medida em que, para ser historiador, não basta compulsar mil documentos em arquivos e livros, mas, após compulsá-los, dar-lhes uma interpretação congruente. E é o que ali faz o Prof. Orlando.