Sidney Silveira
O MISTÉRIO é, por definição, indemonstrável.
E mais: numa perspectiva metafísica, toda e qualquer inteligência finita está arrojada no mistério justamente porque não lhe é possível atualizar todos os inteligíveis da ordem do ser — pois, neste caso, ela seria Deus.
O finito não tem potência para o infinito, assim como a água não tem potência para o fogo e o tempo não tem potência para a eternidade.
Portanto, por mais que o homem cresça em ciência e sabedoria, para ele sempre haverá algo por conhecer, pois no homem ser e conhecer não têm identidade absoluta. Em palavras breves: não se pode dizer que o homem É conhecimento, senão que TEM conhecimentos.
Dada a indemonstrabilidade do mistério, o grande Doutor da Igreja que foi Tomás de Aquino sempre frisou algo totalmente ratificado pelo Magistério eclesiástico: a defesa da fé NÃO É a demonstração dos seus artigos; tentar fazer isto seria, nas palavras do próprio Tomás, tornar a fé ridícula.
A quem, pois, perguntou-me quais seriam os parâmetros do curso "O Papa do fim do mundo?", eis aqui um deles: em nenhum momento fé e razão interpolarão os limites uma da outra.
Depois escrevo mais.
A propósito, as inscrições continuam abertas: