Sidney Silveira
"A beleza é o brilho comunicado pela forma às partes quantitativas da matéria".
("De Pulchro et Bono", Santo Alberto Magno).
Raciocinar teologicamente. Esta é a nota distintiva do estudioso da obra de Santo Tomás de Aquino, ou seja, do homem que adquire uma visão unitária e hierarquizada da realidade e consegue ordenar os saberes de acordo não apenas com o grau de abstração em que se enquadram, mas sobretudo considerando os princípios de que partem e os fins que buscam.
Ser tomista é muito mais do que pensar metafisicamente; é raciocinar teologicamente. Isto implica compreender a linha ascendente (tomada de empréstimo da forma dos entes) entre os saberes: do estético ao moral, do moral ao político, do político ao metafísico, e do metafísico ao teológico. Noutras palavras: do mais proximamente captável pelos sentidos ao mais distante que pode haver da instância sensitiva.
Tendo isto em vista, o tomista considera qualquer realidade em ordem à omnipotência do ser divino — fonte de bem, de verdade, de unidade e de beleza.
Estou renovando esta impressão ao ler agora o livro "L'Idée du Beau dans la Philosophie de Saint Thomas d'Aquin", do tomista P. Vallet, um clássico do século XIX, para o curso "A Beleza na História Cultural", que ministrarei com o meu irmão Ricardo da Costa.
Nesta obra renovo a certeza de que a beleza não é uma fatalidade ocasional. É fruto da ordem intrínseca às coisas, mesmo quando há desordem aparente. Tal ordem não pode vir senão da inteligência ordenadora de Deus, Próprio Ser Subsistente.
A quem quiser ler a referida obra, eis o PDF no link abaixo: