segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O fim da alma humana, conhecer o inteligível máximo: Deus

Sidney Silveira

"É impossível que a luz divina nos seja [naturalmente] visível, a não ser pela variedade dos sagrados véus que envolvem as coisas". (Impossibile est nobis lucere divinum radium, nisi varietate sacrorum velaminum circumvelatum).


Santo Tomás de Aquino (Questão Disputada Sobre a Alma, Art. 16, resp.)


Relendo ontem alguns tópicos desta obra que, em breve, será apresentada ao público brasileiro pela editora É Realizações, com o intuito de preparar minha breve conferência para o evento Santo Tomás, médico da alma (que acontecerá neste sábado, 24/09), uma vez mais constato o primor de síntese a que o Aquinate chegou. Nesta disputatio, as objeções são um "milagre" de concisão e precisão. Na passagem acima citada, fazendo alusão à Hierarquia Celeste, do Pseudo Dionísio Aeropagita, o Aquinate nos aponta para o fato de que a alma humana chega ao estado de felicidade apossando-se dos inteligíveis, mas, estando o inteligível máximo (o Próprio Ser, que é Deus) muito além das nossas paupérrimas possibilidades cognoscitivas, por conseguinte alcançamos a felicidade perfeita — em relação à qual todas as demais são analógicas — não por nossas próprias forças naturais, mas pela virtude sobrenatural e omnipotente de Deus.


Passado o evento deste sábado, que está sendo preparado com amor, um pouco mais adiante comunicarei no Contra Impugnantes algumas decisões de ordem prática em relação ao blog e ao nosso apostolado em geral, pela parte que me diz respeito — decisões maturadas há algum tempo.