"Lutar contra os católicos 'integrais' numa frente orgânica
é muito mais difícil que lutar contra os católicos modernistas".
ANTONIO GRAMSCI
("Note sul Machiavelli, sulla Politica e sullo Stato Moderno", Cap. V, n. 3)
Sidney Silveira
Os esquerdistas de meados do século XX se esmeraram em conhecer bem os inimigos com o intuito de medir as suas forças com o maior realismo possível, ao passo que as direitas liberais foram hipnotizadas pela ferida narcísica de crer nos seus dotes intelectuais "superiores", presunção tola que só poderia acabar mal.
Gramsci tinha clara noção da dificuldade de lutar contra adversários intelectualmente quase imbatíveis, ou seja, a direita católica tradicional, que, naquela altura, com o esfacelamento das monarquias, procurava reorganizar-se. Não por outro motivo, as esquerdas foram cada vez mais se aproximando do modernismo católico que acabou por sair vitorioso no Concílio Vaticano II.
No Brasil, essa esquerda católica liberal metamorfoseou-se na comunistóide Teologia da Libertação, que, no plano político, é mãe solteira do Partido dos Trabalhadores.
Só uma ignorância histórica grandemente culpável pode negar estes fatos.