quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Missal francês de 2010


Sidney Silveira
O democratismo que invadiu a Igreja com a colegialidade instaurada a partir do Concílio Vaticano II continua dando os seus frutos podres. Hoje, é fato insofismável que as conferências episcopais desobedecem a várias determinações papais, na medida em que fazem e desfazem ao seu bel-prazer um conjunto de coisas que, noutra época, seriam motivo de gravíssimas advertências por parte da Suprema Autoridade. Um exemplo? O pro multis consacratório, que foi criminosamente traduzido pelas palavras “por todos”, quando na verdade o texto diz que Cristo derramou o seu sangue “por vós e por muitos” (pro vobis et pro multis). O que um dia foi considerado heresia apocatástica origenista, hoje está no texto da Missa.

Agora, o episcopado francês aprontou uma dessas que a gente ouve por aí. O Arcebispo de Toulouse, Mons. Robert Le Gall, presidente da Comissão Episcopal da Liturgia, na França, acaba de dar o imprimatur para o Missal 2010, que traz as seguintes novidades:

1- A supressão dos santos padroeiros da França (Nossa Senhora da Assunção, Santa Joana D’Arc e Santa Teresinha do Menino Jesus). Simplesmente isto!
2- A inclusão de novas festas no calendário “litúrgico”. Festas muçulmanas e judaicas!!!! Por exemplo (retirado do blog Oblatvs):

29 de novembro de 2009: “Na comunidade muçulmana, Aid al Kabir, festa do sacrifício do carneiro que Abraão imolou no lugar de seu filho”.
12 a 19 de novembro: “Festa judaica de Hanucá que comemora a vitória dos Macabeus e a nova dedicação do altar do templo de Jerusalém depois de sua profanação no ano 160 antes de nossa era”.
18 de dezembro: “Festa de ano-novo para a comunidade muçulmana”.
27 de fevereiro de 2010: “Festa judaica de Purim em que a comunidade faz memória do jejum de Ester, quando o povo foi libertado do projeto de extermínio dos hebreus no exílio na Pérsia”.
21 de março: “Coleta para a CCFD” [o bastante politizado Comitê Católico contra a Fome e para o Desenvolvimento].
19 de maio: “Festa judaica de Shavuot, festa das colheitas e do dom da Lei”.
12 de agosto: “começa para os muçulmanos o mês de jejum do Ramadã”.
18 de setembro: “a comunidade judaica celebra o grande perdão, Yom Kippur, o dia mais solene do ano consagrado à expiação dos pecados”.
23 de setembro a 1º de outubro: “na comunidade judaica, festa de Sucot ou dos Tabernáculos que comemora a estada no deserto durante o Êxodo”.
Último domingo de outubro: “Festa da Reforma” [reforma protestante, naturellement].

Agora o mais incrível, que consta da página 192 do referido Missal Francês: “Faz catorze séculos, em 610, Maomé, então simples mercador, começou a pregar a fim de reconduzir o povo de Meca à religião do único Deus e ensiná-los a submissão à vontade divina”.

Caros leitores, a autodemolição da Igreja continuará até o dia em que Cristo decidir pôr fim a essa farra dos infernos — cujas portas não prevalecerão sobre a doutrina do Evangelho. Vinde, Senhor! É o que nos resta implorar...