sexta-feira, 7 de março de 2014

As Tábuas da Lei, espelho da natureza humana


Sidney Silveira

Os 10 Mandamentos encerram todos os princípios universalíssimos da moral natural. Não obstante a fórmula proibitiva de algumas dessas leis entregues por Deus a Moisés no Sinai ("Não matarás", "Não roubarás", etc.), o pressuposto delas é algo atinente à essência de todas naturezas intelectivo-volitivas, ou seja: diz respeito às suas tendências e aptidões mais fundamentais. Noutras palavras, são indicativas do bem e do mal nas ações praticadas pelas criaturas dotadas inteligência e vontade, e também preceptivas, ou seja, contêm a proibição do mal e o mandato do bem.

Não por outro motivo, Vásquez, estudioso da obra de Santo Tomás pertencente ao Século de Ouro espanhol, dizia que a lei natural tem o fundamento de sua força obrigatória na própria natureza humana.

Vamos a um exemplo do que se está a dizer:

"Homem, és constituído de tal forma, que não matarás"; 
"Homem, és constituído de tal forma, que não roubarás";
"Homem, és constituído de tal forma, que  não prestarás falso testemunho"; etc.

Ou seja, exatamente por ser capaz de discernir o bem e o mal nos seus próprios atos — o que, em si, já é um extraordinário bem —, tudo o que o homem faça de mal contraria a sua natureza intelectivo-volitiva.