domingo, 30 de setembro de 2012

Estátua de Sto. Tomás




Sidney Silveira
Enquanto aguardo o Hospital de Laranjeiras marcar o dia de minha internação, e ainda às voltas com crises cardíacas molestas, tenho pensado em como será o pós-cirúrgico, do ponto de vista prático. Em síntese, como a dívida em que circunstancialmente submergi é alta, pensei — não sem muitas lágrimas nos olhos — em vender a obra de arte que tenho em casa: a linda estátua de Sto. Tomás, em 16 kg de bronze, para cuja realização a escultora contou com uma verdadeira assessoria técnica minha e do querido amigo Luiz Astorga, tradutor e estudioso da obra do Aquinate, ao longo dos meses em que fomos ao ateliê da artista para trocar idéias, mostrar ícones de época, explicar detalhes do hábito dominicano, da tonsura da Ordem dos Pregadores, do olhar contemplativo que a estátua deveria ter, etc.
Em vista de minha situação presente, outro amigo indicou-me, nesta semana, o contato de um marchand de São Paulo para avaliar a peça (para o caso de eu fazer um leilão tendo como ponto de partida o valor de mercado). Ocorre que, no mesmo dia em que troquei e-mails com esse amigo, aconteceu algo incrível: a escultora, com quem eu não falava há um ano e meio, telefonou-me dizendo que tinha feito uma miniatura de presente para mim.
No mesmo dia fui buscá-la (é tão bela quanto a estátua maior!) e ainda estou pensando se este não foi um sinal para eu não me desfazer da tão amada escultura. Seja como for, se as necessidades me obrigarem a tanto, organizarei um leilão pela internet (em quatro idiomas, pois é provável que haja gente fora do Brasil interessada em adquirir uma peça única como esta) e darei notícias no Contra Impugnantes, assim como também nas redes sociais.
Enquanto não decido o que fazer, compartilho as fotos da estátua e da estatueta.
Santo Tomás de Aquino, meu tão amado Santo, rogai por nós!